Fuzileiro naval dos EUA acusado de homicídio comparece à Justiça filipina
Manila, 19 dez (EFE).- O fuzileiro naval americano acusado de assassinar uma transexual nas Filipinas em outubro, Joseph Scott Pemberton, compareceu nesta sexta-feira pela primeira vez a um tribunal de justiça filipino, informou a imprensa local.
O militar, que continuará sob custódia das autoridades dos Estados Unidos enquanto ocorrer o julgamento, chegou em um comboio de três veículos e escoltado por fortes medidas de segurança aos tribunais de Olongapo, cerca de 100 quilômetros ao noroeste da capital Manila.
A audiência foi realizada a portas fechadas, enquanto no exterior esperavam a imprensa local, que informam minuciosamente deste caso de assassinato.
A procuradoria acusou formalmente Pemberton na segunda-feira pelo assassinato da transexual Jeffrey “Jennifer” Laude, cujo corpo, seminu, foi encontrado no quarto de um hotel de Olongapo onde havia entrado pouco antes, junto ao fuzileiro naval.
Perante a indignação dos parentes da vítima, o militar segue sob a custódia dos EUA apesar de o governo das Filipinas ter pedido formalmente na terça-feira para que Pemberton fosse entregue às autoridades do país antes do julgamento.
Segundo a embaixada americana em Manila, é permitido por direito manter a custódia do acusado até que sejam finalizados os procedimentos judiciais em virtude de um acordo militar bilateral assinado em 1999 e ratificado em abril.
Pemberton permanece nas dependências de Camp Aguinaldo, o quartel-general das Forças Armadas das Filipinas, situado em Manila, isolado do resto dos detidos e sob custódia de soldados filipinos e americanos.
Olongapo, uma das localidades filipinas que recebe o maior número de turistas sexuais, fica a poucos quilômetros da baía de Subic, onde Pemberton participava de atividades militares organizadas pelas Forças Armadas de ambos países.
A morte de Laude causou indignação entre os filipinos, que protestaram em frente à Embaixada dos EUA em Manila em várias ocasiões. Eles exigem que seja feita justiça e os mais nacionalistas criticam a presença de militares americanos no país.
Filipinas viveu uma situação similar em 2006, quando os EUA se negaram a entregar às autoridades do país um soldado processado e condenado a 40 anos de prisão por estuprar uma mulher na baía de Subic, e que acabou sendo absolvido. EFE
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