Governo espanhol diz que “lei e diálogo” são a “saída” para a Catalunha
Guadalajara (Espanha), 4 out (EFE).- O presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, disse neste sábado que a “lei e o diálogo” são a “saída” para a situação criada na Catalunha pela convocação de um plebiscito em defesa da soberania pelo governo regional.
Além disso, advertiu ao presidente da região autônoma da Catalunha, Artur Mas, que “um governante não pode fazer o que quiser”, em alusão à convocação da consulta em defesa da soberania para o dia 9 de novembro, da qual o governo espanhol recorreu ao Tribunal Constitucional (TC).
Ao aceitar os recursos apresentados pelo Executivo espanhol, o TC suspendeu a convocação da consulta. No entanto, Mas e os partidos nacionalistas catalães decidiram manter sua iniciativa.
“Aqui na Espanha não há ninguém acima da lei. Primeiro a lei e depois o resto”, advertiu Rajoy em um discurso na cidade de Guadalajara, no centro da Espanha.
O chefe do governo espanhol reprovou a política de “imposição” e de “fatos consumados” de Mas, ao destacar que “aqui foi anunciado um plebiscito, a pergunta e a data sem consultá-lo (o governo)”.
Para Rajoy, a política é, entre outras coisas, “a arte do diálogo” com o objetivo “de avançar para um consenso”. O chefe do Executivo espanhol acrescentou que para tudo que está em jogo existe uma condição, que é a de dialogar “dentro da lei”.
Se os catalães “deixarem a Europa”, será “ruim para eles e para todos”, advertiu Rajoy, ao ressaltar que “separados somos menos, menos fortes, menos prósperos, com menos bem-estar e menos influentes”.
Admitiu que as regras do jogo estabelecidas pela Constituição espanhola “podem mudar”, mas apenas “com o consenso de todos”.
O presidente catalão, por sua vez, declarou hoje em Barcelona que “por mais que tentem parar a voz do povo da Catalunha, não o alcançarão”.
Em um ato simbólico, Mas recebeu hoje os prefeitos dos municípios que aprovaram a moção em defesa do direito de decidir, 920 de um total de 947 (96%), que aderiram à iniciativa promovida pela Associação de Municípios pela Independência (AMI) e a Associação Catalã de Municípios (ACM). EFE
nac/rpr
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