Guarda Revolucionária do Irã declara apoio ao acordo nuclear com o Grupo 5+1

  • Por Agencia EFE
  • 08/04/2015 06h10

Teerã, 8 abr (EFE).- A Guarda Revolucionária do Irã, poderoso e influente grupo paramilitar da República Islâmica, expressou seu apoio às negociações e ao acordo nuclear firmado pelo país com o Grupo 5+1 (Estados Unidos, França, Reino Unido, China, Rússia, mais Alemanha), informou nesta quarta-feira a imprensa local.

O principal líder do grupo, Ali Jafari, mostrou sua satisfação pelo trabalho desempenhado pelos diplomatas do país nas negociações, deixando bem claras as condições que o Irã nunca aceitaria para fechar um acordo com o Ocidente, segundo declarações divulgadas pela agência “Mehr”.

Com essa mensagem, a Guarda Revolucionária se uniu aos outros grandes poderes da República Islâmica, como o parlamento, o clero xiita e o governo no apoio ao pacto firmado no último dia 2, na Suíça, que permitirá ao Irã manter um programa nuclear pacífico em troca do fim das sanções econômicas contra o país.

No entanto, o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, a maior figura política e religiosa do país, não expressou opinião sobre o assunto. Apesar disso, o entendimento é que um pacto dessa magnitude jamais seria aprovado sem seu sinal verde.

“Os negociadores revolucionários iranianos por enquanto protegeram os direitos da nação na batalha diplomática. Os Guardiões da Revolução apreciam seus esforços e seu bom desempenho político para comprometer-se com as linhas vermelhas estabelecidas”, disse Jafari em discurso perante oficiais da organização.

O líder paramilitar indicou, no entanto, que o caminho para chegar a um pacto nuclear durável será “difícil”, já que os EUA farão o possível para que o acordo naufrague “empregando suas armas de desonestidade e desconfiança”.

“A nação iraniana apoiará esta frente diplomática nas negociações nucleares e não permitirá subterfúgios dos inimigos, que dão interpretações distorcidas do acordo conjunto para prejudicar a confiança mútua entre o povo e o Estado iraniano”, afirmou.

“Os EUA tentaram mudar o comportamento do Irã, mas agora são eles que mudaram, se viram obrigados a esquecerem suas outras opções e preferir a diplomacia como solução ao tema nuclear”. EFE

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