Instituto da Argentina coloca 9 baleias-francas-austrais para adoção

  • Por Agencia EFE
  • 26/01/2015 10h29
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Aldana Vales.

Buenos Aires, 26 jan (EFE).- Mais de 4 mil pessoas de 20 países já adotaram simbolicamente uma baleia-franca-austral através do Instituto de Conservação de Baleias (ICB) da Argentina para contribuir com a pesquisa científica sobre esses animais, e agora outras nove selecionadas, de uma população de cerca de 3 mil que habitam o mar austral do país, também foram colocadas à adoção.

“Todas elas foram escolhidas porque suas histórias sintetizam aspectos representativos desta espécie e têm distintas características”, explicou à Agência Efe Roxana Schteinbarg, coordenadora executiva e co-fundadora do instituto.

O comportamento, os grupos familiares, as ameaças e os perigos que enfrentam são algumas das questões que vivem cada uma destas baleias, explicou a especialista. Ao adotar, a pessoa pode conhecer a história de vida, acompanhar os estudos mais recentes sobre os cetáceos e contribuir com fundos à proteção dos animais e seu meio.

Com “personalidades” diferentes, Esperanza, Alfonsina, Antonia, Docksider, Espuma, Mochita, Troff, Serena e Victoria são as nove disponíveis para adoção, algumas acompanhadas pelos cientistas há mais de 40 anos.

“Espuma”, um macho albino parcial, filho de Docksider e neto de Antonia, nasceu em 1994. É um dos mais sociáveis e costuma se aproximar das embarcações de turistas que fazem passeios para vê-las, se tornando um dos mais famosos.

Outra que pode ser adotada é “Victoria”, fotografada pela primeira vez em 1972 na cidade de Península Valdés. Em 2001, “Victoria” teve uma barbatana batizada de “Garra” depois que ela se enroscou nas cadeias de ancoragem um catamarã, de onde foi resgatada a partir de grande operação. Em sua homenagem, 25 de setembro se tornou o Dia Nacional da Baleia na Argentina.

“Buscamos indivíduos que tenhamos um longo registro de observações”, especificou a co-fundadora.

A iniciativa de adoção de baleias está ligada à criação do Instituto e do Programa de Pesquisa Baleia-França-Austral, iniciado em 1970 pelo biólogo Roger Payne, que descobriu que as baleias podiam se identificadas pelo padrão de seus calos.

Há cinco modalidades de adoção com valores que variam de 60 a 200 pesos (de cerca de R$20 a R$ 60). Com isso, cada uma delas corresponde a um grau de aproximação com o animal, como protetor, familiar e padrinho.

“Antes de fundar o Instituto, conhecemos o doutor Payne, que começou o programa de foto-identificação baseado no acompanhamento de uma espécie a partir de suas marcas naturais”, disse Roxana.

O programa de adoção surgiu por este trabalho de identificação, no qual os cientistas do ICB fazem “algo como uma identidade das baleias-francas-austrais que visitam de abril a outubro a Península Valdés”, explicou Roxana.

De acordo com a pesquisadora, o instituto começou como uma forma voluntária de colaborar com o programa de identificação de baleias a partir da Argentina.

“Dependemos do apoio coletivo das pessoas para nos financiarem, e podermos avançar no conhecimento e em ações efetivas para a conservação”, acrescentou.

Depois de fazer a contribuição em dinheiro, cada “adotante” ganha do IBC um certificado com o nome impresso e a foto da baleia escolhida, um registro das observações realizadas, além de um material com informações gerais sobre a vida e as características destes mamíferos gigantes.

Além de ser uma fonte de recursos econômicos, o programa insiste na educação, já que permite aproximar a ciência dos estudantes e do público em geral. Desta forma, esta atividade funciona como uma ação para conscientizar e divulgar a importância de preservar a biodiversidade marinha. EFE

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