Israel derruba várias casas em aldeias beduínas na região de Neguev

  • Por Agencia EFE
  • 09/04/2014 12h24

Jerusalém, 9 abr (EFE).- Israel derrubou nesta quarta-feira várias casas de famílias beduínas em aldeias localizadas no deserto de Neguev, algumas delas “não reconhecidas” pelo Estado.

Segundo informou à Agência Efe a ONG de direitos humanos israelense Adalah, pelo menos cinco casas foram demolidas nas aldeias de Al-Zarura, Um-Methnan e na área de Tseise por várias escavadeiras, que chegaram à região zona escoltadas pela polícia israelense, que confirmou os fatos.

De acordo com a ONG, em pelo menos um dos casos a família tinha recebido uma ordem de demolição administrativa, “que não possibilita aos afetados se proteger, já que a demolição se executa em poucas semanas, até mesmo em uma”, disse Khalil Alamour, um funcionário da Adalah.

Em outro tipo de processo de desalojamento, os beduínos da região podem “comparecer nos tribunais para tentar deter a ordem de demolição” após receberem a notificação, esclareceu Khalil.

Segundo o funcionário, na região do Neguev sempre ocorrem demolições. “De maneira habitual, pelo menos uma vez por semana. Mas em termos gerais, contabilizamos que cerca de mil casas são destruídas a cada ano”.

A comunidade beduína de Israel é integrada em sua maioria por palestinos com cidadania israelense, e só no sul se calcula que vivem aproximadamente 200 mil em cidades e aldeias, 35 das quais não são reconhecidas.

No ano passado, foram feitos em Israel vários protestos contra a implementação do Plano Prawer, aprovado em 2011 e reformulado em 2013, em uma tentativa de regular a situação dos beduínos que vivem nas aldeias não reconhecidas da região.

Segundo o governo israelense, a iniciativa é considerada parte de um projeto mais amplo que tem como missão impulsionar o desenvolvimento econômico e social na área sul do país, enquanto seus opositores dizem que e medida serve para desalojar mais de 40 mil beduínos de sua terra e empobrecer ainda mais a população.

Embora esteja suspenso desde dezembro do ano passado, Alamour sustentou que as frequentes demolições de casas “são a continuação do Plano Prawer”. EFE

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