Juíza manda soltar 4 presos por distúrbios em conflito no sudoeste da Bolívia

La Paz, 27 jul (EFE).- Uma juíza mandou revisar nesta segunda-feira a própria decisão de enviar três mineradores e um jornalista à prisão, acusados de terem causado danos ao patrimônio em protestos realizados na última quarta-feira em apoio à greve que está sendo realizada em Potosí, no sudoeste da Bolívia.

Em uma audiência realizada em La Paz, a juíza Lia Cardozo decidiu substituir a pena dos quatro acusados: Fabián Choque Uño, Agustín Mendoza Mamani e Jorge Coparico Colque, além do jornalista Juan Carlos Paco Veramendi.

A magistrada explicou que os acusados apresentaram documentos que comprovam que trabalham e moram em Potosí, mostrando que não existe risco de fuga.

Os quatro libertados, que estavam detidos desde a semana passada na prisão de São Pedro, em La Paz, estão proibidos de sair do país de devem se apresentar na segunda-feira ao Ministério Público.

Eles foram identificados como os autores diretos da explosão que derrubou a porta da sede do Ministério do Governo. Além disso, destruíram janelas a pedradas durante um protesto.

O governo acusou os manifestantes de terem danificado instalações policiais, dois veículos oficiais e causar danos que provocaram incêndios na embaixada da Alemanha e em um hotel de propriedade da polícia, entre outras denúncias.

A libertação dos quatro detidos era uma condição imposta pelos dirigentes do Comitê Cívico Potosinista (Comcipo) para continuar dialogando sobre propostas de desenvolvimento regional, algo que exigem através de uma greve que já dura 22 dias.

As negociações avançaram durante o fim de semana com os primeiros acordos para a elaboração de estudos sobre duas usinas hidrelétricas exigidas pelos representantes de Potosí.

Após a decisão da juíza hoje, os líderes do Comcipo e os ministros do governo de Evo Morales acertaram reiniciar as conversas em cinco comissões que analisarão as reivindicações sociais, de infraestrutura, produção, mineração e meio ambiente. EFE

gb/lvl