Justiça egípcia confirma pena de morte para líder da Irmandade Muçulmana

  • Por Agencia EFE
  • 11/04/2015 09h30
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Cairo, 11 abr (EFE).- Um tribunal do Egito confirmou neste sábado a pena de morte para o líder da Irmandade Muçulmana, Mohammed Badia, e outros 13 dirigentes do grupo acusados de estabelecer a “sala de operações de Rabba” para fazer frente às autoridades do país.

O tribunal, que já tinha determinado a condenação no último dia 16 de março, confirmou a sentença de morte por enforcamento depois de o caso ser remetido ao mufti Shauqi Alam, a máxima autoridade religiosa do Egito, que devia oferecer seu parecer não vinculativo de acordo com a sharia (lei islâmica).

Além do líder do grupo, foram condenados também outros integrantes do alto escalão da Irmandade Muçulmana como Mohammed Gazlan, Mustafa al Ganini e Saad al Hosseini.

Todos são acusados de comandar operações para enfrentar as autoridades locais e propagar o caos depois do desmantelamento dos acampamentos de protestos nas praças de Rabaa al Adauiya e Al Nahda, no Cairo, em agosto de 2013.

Badia, assim como outros dirigentes da Irmandade Muçulmana, já tinham sido condenados à morte em outros processos por instigar a violência e ter envolvimento nos distúrbios ocorridos no país.

Os 14 citados fazem parte de um total de 37 processados neste caso. Os demais réus foram condenados à prisão perpétua, segundo indicou a agência estatal “Mena”.

Centenas de pessoas foram condenadas à morte no último ano no Egito em grandes julgamentos que as organizações de direitos humanos criticaram por não respeitarem os princípios de um protesto justo e pela gravidade das penas, entre outros motivos.

Alguns dos casos mais polêmicos ocorreram na cidade de Al Minia, ao sul do Cairo, onde centenas de islamitas foram sentenciados à pena capital, entre eles Badia, em poucos meses.

Nenhuma dessas penas tinha sido aplicada até 7 de março, quando um islamita foi executado na forca após ser condenado por assassinato durante os protestos pela derrubada do presidente Mohammed Mursi, em julho de 2013.

Desde o golpe militar contra Mursi, líder da Irmandade Muçulmana, as autoridades perseguiram os simpatizantes, integrantes e líderes do grupo, declarado posteriormente como organização terrorista. EFE

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