Maduro e Morales assumem o papel de “rebeldes” nas horas prévias à cúpula

  • Por Agencia EFE
  • 10/04/2015 19h11
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Alfredo Aycart.

Cidade do Panamá, 10 abr (EFE).- Os presidentes da Venezuela e da Bolívia, Nicolás Maduro e Evo Morales, assumiram o papel de “líderes rebeldes” nas horas prévias à VII cúpula das Américas, marcada pelo tom amável das diplomacias de Cuba e Estados Unidos à espera do encontro entre Barack Obama e Raúl Castro.

Maduro disse vir com “espírito de paz” ao Panamá e ilustrou sua atitude pegando a batuta da banda que interpretava o hino de seu país em sua chegada, mas seu primeiro ato oficial foi uma visita ao bairro de El Chorrillo, o epicentro da destruição provocada pela invasão dos EUA ao país centro-americano em 1989 para derrubar o ditador Manuel Antonio Noriega.

Quase ao mesmo tempo em que o presidente Obama visitava as instalações do Canal, Maduro assegurou que reivindicará ao presidente dos EUA que peça perdão às vítimas e as indenize pela invasão, que, segundo sua opinião, foi “um massacre”.

Previamente, a diplomacia venezuelana tentou impor no preâmbulo da declaração conjunta dos líderes reunidos no Panamá uma condenação à política americana em relação a seu país.

A exigência acabou truncando um documento de consenso, que será substituído por um “relatório” do presidente do país anfitrião, Ricardo Varela.

No entanto, Maduro teve no presidente boliviano um duro oponente no papel de protagonista crítico da cúpula. Evo Morales endureceu seu discurso contra os EUA ao afirmar que o país “quer derrubar Maduro por decreto” para estender sua acusação a todo o continente, alegando que tenta derrubar aos governos pela via econômica.

O presidente boliviano, que chegou ao Panamá via Caracas, tomou para si o papel de porta-voz da paralela Cúpula dos Povos, cujas conclusões se comprometeu a transferir ao encontro dos chefes de Estado americanos.

À espera de sucessos políticos, o líder boliviano conseguiu pelo menos os esportivos, ao marcar quatro gols em um jogo de futebol contra dirigentes sindicais panamenhos.

Em paralelo à cúpula, os únicos incidentes foram os enfrentamentos na quinta-feira entre governistas e dissidentes cubanos, no fórum da sociedade civil e em frente à embaixada de Cuba, com um saldo de 20 detidos, libertados poucas horas depois com uma dura advertência do presidente panamenho, Juan Carlos Varela, que ameaçou os reincidentes com a deportação imediata. EFE

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