Mineradores chilenos continuam protesto a 620 metros de profundidade

  • Por Agencia EFE
  • 19/08/2015 20h40
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Curanilahue (Chile), 19 ago (EFE).- Os 73 mineradores chilenos que estão desde o dia 13 de agosto entrincheirados a 620 metros de profundidade em uma mina de carvão da cidade de Curanilahue pelo não pagamento de seus salários ameaçaram continuar no local e inclusive descer até mil metros caso não sejam remunerados.

“Fisicamente, eles estão bem, mas alguns ficaram resfriados devido ao frio na mina. De fato, levamos um ao hospital para que fosse examinado. O mais grave é a parte psicológica, que já está passando da conta”, disse à Agência Efe nesta quarta-feira Addiel Jara, porta-voz dos trabalhadores.

O dirigente também se mostrou preocupado pelo gás metano acumulado no interior da jazida porque os ventiladores, que permitiam a renovação do ar, foram desligados.

Jara afirmou que até agora não houve nenhum tipo de negociação com a empresa proprietária da mina, a carbonífera SW Curanilahue S.A., que pertence ao empresário Rodrigo Danús.

“Tentamos localizar esses senhores para dizer na cara deles o quanto são sem vergonha e ladrões. Não nos pagaram nem salário nem benefícios, nos devem mais de 200 milhões de pesos (R$ 1,01 milhões). Os empresários desapareceram, andam fugindo. Estão devendo os meses de julho e agosto, mas estamos dispostos a brigar para que paguem agosto”, acrescentou o dirigente.

Jara afirmou que representantes dos mineradores viajaram para Santiago para conversar sobre o problema com as autoridades nacionais, “mas a resposta foi que eles não podiam fazer nada contra a empresa privada”.

“Nós achamos que poderiam sim fazer algo, já que esta mina foi financiada pela Corporação de Fomento (Corfo), então o Estado tem um grau de responsabilidade sobre o que está acontecendo agora em Curanilahue”, comentou.

A Corfo é uma agência do governo do Chile, dependente do Ministério da Economia, encarregada de apoiar o empreendimento, a inovação e a competitividade no país.

Jara disse que os mineradores vão esperar uma resposta até a próxima sexta-feira, “mas se for negativa, o prostesto continuará com força”.

“Se as pessoas que estão lá embaixo decidirem descer mais 100 metros, elas irão. Os mineradores podem chegar até 1.100 metros de profundidade”, informou.

De acordo com o porta-voz, a complicação a essa profundidade é que há galerias muito antigas, que não são ventiladas, o que permite que “passe qualquer desgraça, especialmente pelo acúmulo do gás metano, que é mortal”. EFE

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