Morre, em Porto Alegre, a ex-ministra da Igualdade Racial Luiza Bairros

  • Por Estadão Conteúdo
  • 12/07/2016 11h51
Agência Brasil Luiza Bairros

Morreu, na manhã desta terça-feira (12), em Porto Alegre, aos 63 anos, a intelectual e ativista do movimento negro Luiza Helena Bairros, ex-ministra da Secretaria de Políticas Públicas da Igualdade Racial, cargo que ocupou entre 2011 e 2014. Luiza foi vítima de um câncer no pulmão contra o qual lutava havia três meses.

De acordo com informações da família, o corpo da ex-ministra será velado até a próxima quarta-feira (13), quando deve ser sepultado.

Uma das principais personalidades brasileiras da luta contra o racismo, a ativista passou os últimos anos em viagens pelo País realizando palestras e trabalhando intensamente na articulação do movimento negro, atividade que desempenhava há mais de 40 anos.

Durante sua passagem pelo governo federal, foi responsável por criar o Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir), cujo objetivo é implementar políticas públicas voltadas a proporcionar à população negra igualdade de oportunidades e instâncias de combate à discriminação e à intolerância.

A principal forma de atuação do Sinapir, conforme defendia sua criadora, é por meio da articulação com municípios e governo estaduais através da criação de órgão regionais para a promoção da igualdade racial.

“Luiza foi uma incansável militante da causa negra e da democracia brasileira. Sua obra permanece viva e continua sendo um símbolo da luta contra o preconceito e em favor das melhores causas da vida política nacional”, escreveu a presidenta afastada Dilma Rousseff, em nota, na qual lamenta a morte da política.

Natural da capital gaucha, a intelectual formou-se em administração pública pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e era doutora em sociologia pela Univesidade de Michigan (EUA). Entre 2001 e 2005, trabalhou em programas da Organização das Nações Unidas (ONU) contra o racismo.

Com residência em Salvador, Luiza Bairros foi também um dos principais nomes do Movimento Negro Unificado (MNU).

“Perdi uma mãe, uma amiga, uma companheira, uma referência para toda vida, a mais ousada e primorosa combinação de inteligência, disciplina, generosidade e coerência que o movimento negro produziu nos últimos 40 anos”, escreveu o assessor pessoal da ex-ministra, o advogado Felipe Freitas, em sua conta no Facebook.

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