MSF garante que não há relação entre ebola na RDC e o da África Ocidental
Nairóbi, 26 ago (EFE).- O grupo Médicos Sem Fronteiras (MSF) afirmou nesta terça-feira que não há ligação entre os casos de ebola registrados na República Democrática do Congo (RDC) e a epidemia que castiga a África Ocidental, onde já morreram, pelo menos, 1.427 pessoas.
“Estamos tentando confirmar a origem do foco da doença na RDC, mas, neste momento, nada aponta a um vínculo direto com a epidemia que afeta Guiné, Libéria e Serra Leoa”, afirmou o coordenador médico da MSF na RDC, Jeroen Beijnberger, através de comunicado.
No último domingo, o governo da RDC informou que tinha detectado um foco do vírus do ebola na província do Equador, no noroeste do país, embora conforme informou ontem o ministro da Saúde, Felix Kabange, é um foco novo e diferente do que surgiu em março na África Ocidental.
“Por enquanto, consideramos que este foco é uma infeliz coincidência”, afirmou Beijnberger, embora tenha dito que, apesar de não ter estabelecido qualquer conexão entre ambos, “não se pode descartar categoricamente”.
O MSF explicou que das quatro amostras que sua equipe recolheu no país na semana passada há pacientes com sintomas de ebola positivo.
“Já temos 13 mortos, sendo que cinco são trabalhadores sociais, contagiados ao entrar em contato com os pacientes”, explicou o titular congolês de Saúde, em discurso na TV no domingo passado.
O MSF anunciou que reforçará a presença na região com o envio de médicos, enfermeiras, especialistas em logística e em higiene para deter a propagação do vírus.
“Estamos respondendo rapidamente para tentar isolar as suspeitas e os pacientes confirmados”, declarou Beijnberger.
Assim, junto com o Ministério da Saúde do país, o MSF já trabalha na criação de um centro de tratamento contra o ebola na região afetada. No entanto, a organização pediu a ajuda de outros organismos internacionais para lutar contra o vírus na RDC, já que grande parte de seus especialistas nesta doença está na África Ocidental.
“Isto está limitando nossa capacidade de resposta à epidemia na província do Equador. Precisamos que outras organizações intensifiquem e articulem seus esforços para apoiar o Ministério da Saúde. Não vamos ser capazes de fazer isto sem apoio”, alertou Beijnberger.
Esta é a sétima aparição do ebola no território da RDC, onde a último delas também afetou à província do Equador.
O ebola, que é transmitido por contato direto com o sangue e fluidos corporais de pessoas ou animais infectados, causa hemorragias graves e pode ter uma taxa de letalidade de 90%. EFE
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