Mujica diz que política da Argentina dificulta desenvolvimento do Mercosul

  • Por Agencia EFE
  • 28/02/2015 10h51
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Montevidéu, 28 fev (EFE).- O presidente do Uruguai, José Mujica, afirmou que o antiquado modelo de política interna da Argentina, “típico de 1960”, cria problemas para o desenvolvimento do Mercado Comum do Sul (Mercosul), apesar da nação vizinha “fazer gestos” para melhorar a integração.

“A Argentina está envolvida em um projeto, na minha opinião, muito fechado, e isso tem consequências na região”, assegurou o veterano líder em entrevista publicada neste sábado pelo jornal uruguaio “El País.”

Mujica definiu o projeto político do país vizinho como “típico de 1960, para apontar uma data”, enquanto, segundo sua opinião, o Uruguai se encontra “na época da integração”.

“Acho que essa política interna da Argentina cria problemas para o desenvolvimento e para o Mercosul”, incidiu o presidente do Uruguai sobre a consequências dessas políticas no bloco comercial que ambas as nações integram junto ao Brasil, Paraguai, Venezuela e Bolívia.

No entanto, Mujica disse que isso não significa que a Argentina “não tenha feito gestos”, porque, destacou “fez muitos”, mas “tem a imposição do modelo que assumiu, e isso é contraditório com a integração do Mercosul”, lamentou.

“Também não me posso colocar em um plano neutro. Eu sou dos que quando a Argentina joga com a Alemanha, sou torcedor da Argentina”, explicou o líder uruguaio, que assegurou fazer “uma crítica em família”.

Assim, admitiu ter aprendido que “quando a Argentina vai bem”, o Uruguai “vai melhor”, embora “muitos uruguaios não se dêem conta disso”, censurou.

Mujica, que no próximo domingo termina seu mandato, trabalhou durante os últimos cinco anos para melhorar a relação bilateral com a Argentina e desativou a maior crise entre ambos países em várias décadas iniciada em 2006 pela instalação de uma fábrica de celulose em um rio fronteiriço.

“Já briguei com a presidente argentina e dificilmente há alguém que tenha sido tão duro em uma briga como eu, mas não é questão de raiva”, admitiu o presidente do Uruguai, após indicar a importância de cultivar uma boa relação bilateral para não pôr impedimentos ao turismo do litoral uruguaio. EFE

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