Agência europeia descarta ligação entre vacina da AstraZeneca e aumento do risco de trombose
Segundo a autoridade europeia, cerca de 15 casos graves de trombose e problemas de coagulação foram registrados em um grupo de 20 milhões de vacinados
Após pelo menos 15 países europeus suspenderem a aplicação das vacinas de Oxford/AstraZeneca contra o novo coronavírus por suspeita de casos de trombose e embolia pulmonar relacionados ao imunizante, a Agência Europeia de Medicamentos afirmou nesta quinta-feira, 18, que não há evidências da ligação entre as as doses e os casos de trombose reportados no continente, garantindo que a vacina é segura. “O comitê chegou a uma conclusão clara e científica de que essa é uma vacina segura e eficiente que tem protegido pessoas da Covid-19 com riscos associados de morte e hospitalização. O comitê também concluiu que a vacina não está associada com o aumento do risco de trombose e eventos de embolia”, afirmou a diretora da agência, Emer Cooke, em coletiva de imprensa. Segundo ela, estudos clínicos, autópsias e exames de sangue foram analisados por dias e nenhum link provando que a vacina aumenta a ocorrência dos coágulos foi encontrado.
Segundo a diretora, mesmo sem uma relação comprovada, os fabricantes das vacinas devem apontar mais claramente os possíveis efeitos colaterais do imunizante e as equipes médicas devem ser instruídas a prestar mais atenção aos sintomas para “encontrar e mitigar qualquer possível efeito colateral”. Uma investigação foi aberta para que os casos de trombose sejam analisados com mais detalhes. Até o momento, mais de 7 milhões de pessoas foram vacinadas com o imunizante de Oxford na União Europeia e 11 milhões no Reino Unido. “As conclusões científicas divulgadas hoje vão prover aos membros da União Europeia a informação necessária para tomar uma decisão informativa sobre o uso do imunizante da AstraZeneca nas suas campanhas de vacinação”, afirmou a diretora. Ela lembrou que quando populações com milhões de pessoas são vacinadas, é comum que reações graves ocorram e o papel da agência reguladora é monitorar essas ocorrências com eficácia e rapidez.
A médica Sabine Straus, uma das responsáveis pelo estudo, detalhou a análise, lembrou que os casos de trombose e coágulos registrados nas primeiras duas semanas após a aplicação da vacina são poucos a ponto de não serem suficientes para apontar um risco à população. “As evidências que temos no momento não são suficientes para concluir com certeza se esses eventos são causados pela vacina ou não”, afirmou a especialista. Ela disse que 15 casos diferentes de problemas de coagulação graves foram registrados até o momento em uma amostra de 20 milhões de pessoas vacinadas. Apesar disso, a médica garantiu que os estudos continuarão. Até o momento, Alemanha, Áustria, Bulgária, Dinamarca, Espanha, Estônia, França, Holanda, Irlanda, Itália, Lituânia, Letônia, Luxemburgo, Noruega e Portugal foram alguns dos países que suspenderam a imunização e aguardavam as informações da agência reguladora para decidir sobre a possível volta da vacina aos planos de imunização.
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