Calor noturno é mais prejudicial para a saúde do que as temperaturas diurnas; entenda

Especialista da Organização Meteorológica Mundial explica que esse risco é causado porque o corpo ‘é incapaz de se recuperar’; John Nairn alerta para a necessidade de se preparar para calor cada vez mais intensos 

  • Por Jovem Pan
  • 18/07/2023 12h48
ARQUIVO TAMANHO/PIXELS/DPI calor no japão Pedestres caminham na sombra durante as ondas de calor em Tóquio em 18 de julho de 2023

Mesmo sem sol, temperaturas noturnas elevadas são mais perigosas para a saúde do que as noturnas, alertou nesta terça-feira, 18,um especialista da Organização Meteorológica Mundial (OMM).As temperaturas noturnas são particularmente perigosas para a saúde humana porque o corpo é incapaz de se recuperar do calor permanente, levando a um aumento de ataques cardíacos e mortes”, disse o especialista em calor extremo da organização, John Nairn. Atualmente, o hemisfério norte sofre seis vezes mais ondas de calor do que na década de 1980 e em locais onde supera os 45 graus as temperaturas podem permanecer por volta dos 40 graus à noite. Segundo os pesquisadores, o calor é um dos eventos meteorológicos mais mortais e estima-se que no verão passado causaram mais de 60 mil mortes somente na Europa. “E acredita-se que este número seja conservador”, frisou Nairn, que refletiu sobre o fato de que isso está acontecendo na região com um dos mais avançados sistemas de alerta climático precoce, “com o que podemos imaginar quais seriam os números no resto do mundo”. Os cientistas estão certos de que o fenômeno El Niño amplificará a frequência e a intensidade dos episódios de calor extremo.

O especialista da OMM indicou que a temperatura global é agora mais alta do que a registrada durante o fenômeno El Niño na década de 80. “Sinto muito, mas as temperaturas continuarão subindo”, previu. Sobre o impacto do El Niño na Europa, Nairn explicou que costuma ser sentido de forma mais evidente em toda a bacia do Mediterrâneo e que entre as mudanças que se podem esperar está que as ondas de calor cheguem cada vez mais cedo, ou seja, durante a primavera no hemisfério norte. Sete países do sul da Europa emitiram alertas de calor extremo para os próximos dias e as temperaturas devem permanecer altas em agosto. Segundo dados da Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (IFRC), no ano passado o excesso de mortalidade provocado na Europa pelas sucessivas ondas de calor registrou-se sobretudo em Espanha, Itália, Grécia e Portugal. “A maioria das mortes relacionadas com esta situação não ocorre devido a ataques cardíacos, mas devido ao impacto em pessoas com doenças pré-existentes. O calor extremo pode agravar problemas cardiovasculares e respiratórios”, declarou na mesma coletiva de imprensa o responsável por emergências de saúde da organização humanitária, Panu Saaristoanu Saaristo.

*Com informações da EFE

 

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