Chile entra em estado de catástrofe após incêndios florestais matarem ao menos 13 pessoas

Fogo arrasou mais de 47 mil hectares, destruiu 97 residências e deixou 22 feridos; dois dos mortos eram ocupantes de um helicóptero que caiu enquanto combatia as chamas

  • Por Jovem Pan
  • 04/02/2023 11h11
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Javier Torres/AFP Vista aérea de campos queimados durante incêndio em Santa Juana, província de Concepcion, Chile Campos queimados durante incêndio em Santa Juana, província de Concepción, no Chile

Os 204 incêndios que atingiram a zona centro-sul do Chile nesta sexta-feira, 3, deixaram pelo menos 13 mortos, o que levou o governo a decretar estado de catástrofe na região. Inicialmente, a ministra do Interior, Carolina Tohá, havia falado em quatro vítimas. “Temos que lamentar a confirmação de quatro pessoas mortas. São pessoas que se locomoviam em veículos” na localidade de Santa Juana, na região de Biobío. A funcionária explicou que duas das vítimas morreram após serem alcançadas pelas chamas quando transitavam por uma estrada, enquanto outras duas faleceram por um acidente de trânsito, “provavelmente tentando escapar do fogo”. Depois veio a informação de uma quinta pessoa morta, também em Santa Juana: uma voluntária do corpo de bombeiros da localidade.

Mais tarde, outras duas mortes foram registradas em La Araucanía, quando um helicóptero que participava do combate aos focos caiu, matando seus dois ocupantes. “Muito tristes pelo acidente de helicóptero em que faleceu o piloto e o mecânico que trabalhavam no combate ao fogo na comuna de Galvarino em La Araucanía”, escreveu o ministro da Agricultura do país, Esteban Valenzuela, no Twitter. “Temos que destacar que há 13 mortos no total, 11 no município de Santa Juana e um piloto e um mecânico que estavam em um helicóptero que desempenhava sua função de combater esse incêndio”, informou Mauricio Tapia, diretor nacional substituto do Serviço Nacional de Prevenção e Resposta a Desastres (Senapred).

Segundo autoridades, mais de 200 incêndios arrasaram mais de 47 mil hectares e deixaram 97 residências totalmente destruídas e 22 feridos. Dos 204 incêndios ativos, 56 estão fora de controle. A situação, que está longe de ser controlada, traz à memória a catástrofe vivenciada nessa região no começo de 2017. Na época, um megaincêndio florestal deixou 11 mortos, cerca 6.000 atingidos, mais de 1.500 casas destruídas e 467.000 hectares afetados. Assim como naquele ano, os focos de incêndio começaram em áreas de cultivo e em bosques, e avançaram até ameaçar e afetar áreas povoadas.

O tráfego por uma das rodovias principais que leva à cidade de Concepción (510 km ao sul de Santiago) teve que ser restringido desde ontem pela proximidade das chamas. Um dos epicentros da tragédia é a localidade de Santa Juana, 52 km ao sul de Concepción. De acordo com um morador, entrevistado pela rádio Cooperativa, o fogo começou a ameaçar as casas por volta das 7h. Ao meio-dia, as chamas já tinham praticamente envolvido a propriedade, apesar dos esforços de seu dono para impedi-lo. “Apenas peço que Deus tenha misericórdia. Só isso. O que passei está nas mãos de Deus”, declarou.

*Com informações da AFP

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