Presidente do Peru é destituído após tentar dissolver o Congresso
Com a decisão, vice-presidente, Dina Boluarte, deve assumir o cargo; líder peruano tinha anunciado a formação de um ‘governo de emergência excepcional’
Os congressistas peruanos agiram rápido diante do anúncio de Pedro Castillo no Peru, que dissolveu o Congresso nesta quarta-feira, 7, e destituíram por 101 votos a favor, seis contra e 11 abstenções, o líder do poder por ‘incapacidade moral’ após uma tentativa de golpe de Estado ao anunciar a dispensa do Legislativo e a formação de um “governo de emergência excepcional” no país. Com a decisão do Congresso, a vice-presidente Dina Boluarte foi convocada para assumir o cargo. Ela será a primeira mulher na chefia do Executivo peruano. Boularte também foi ministra do Desenvolvimento e Inclusão Social, mas renunciou em novembro deste ano.”Repudio a decisão de Pedro Castillo de praticar a quebra da ordem constitucional com o fechamento do Congresso. Trata-se de um golpe de Estado, que agrava a crise política e institucional que a sociedade peruana terá que superar com apego estrito à lei”, manifestou-se a vice, no Twitter, após as drásticas ações do presidente.
“Esta decisão configura um golpe de Estado e se afasta de todos os marcos constitucionais”, declarou a legisladora esquerdista Ruth Luque, cujo grupo vinha apoiando a permanência de Castillo no poder, sobre a decisão do ex-presidente. Um parlamentar acrescentou que a decisão “é claramente um golpe ao estilo de 1992”, referindo-se ao “autogolpe” perpetrado pelo então presidente Alberto Fujimori (1990-2000), que também dissolveu o Congresso. “Claro que é um golpe de Estado, Castillo sabia que ia ser destituído e estava na frente. Espero que as Forças Armadas se manifestem contra o golpe de Estado, ele não pode fechar o Congresso”, enfatizou o deputado de direita José Cueto, do ultraconservador Partido da Renovação Popular e ex-comandante das Forças Armadas. Ele afirmou que as Forças Armadas “apoiam o Congresso”. Os legisladores enfatizaram ainda que o clima segue tranquilo no país e que não há qualquer movimentação das Forças Armadas, razão pela qual consideraram que o governante em breve “será mandado para a prisão”.
*Com informações da EFE
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