Presidente do Peru é destituído após tentar dissolver o Congresso

Com a decisão, vice-presidente, Dina Boluarte, deve assumir o cargo; líder peruano tinha anunciado a formação de um ‘governo de emergência excepcional’

  • Por Jovem Pan
  • 07/12/2022 15h56 - Atualizado em 07/12/2022 17h09
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Peruvian Presidency / AFP Golpe de Estado Peru Presidente do Peru, Pedro Castillo, esta sendo acusado de golpe de Estado após dissolver Congresso

Os congressistas peruanos agiram rápido diante do anúncio de Pedro Castillo no Peru, que dissolveu o Congresso nesta quarta-feira, 7, e destituíram por 101 votos a favor, seis contra e 11 abstenções, o líder do poder por ‘incapacidade moral’ após uma tentativa de golpe de Estado ao anunciar a dispensa do Legislativo e a formação de um “governo de emergência excepcional” no país. Com a decisão do Congresso, a vice-presidente Dina Boluarte foi convocada para assumir o cargo. Ela será a primeira mulher na chefia do Executivo peruano. Boularte também foi ministra do Desenvolvimento e Inclusão Social, mas renunciou em novembro deste ano.”Repudio a decisão de Pedro Castillo de praticar a quebra da ordem constitucional com o fechamento do Congresso. Trata-se de um golpe de Estado, que agrava a crise política e institucional que a sociedade peruana terá que superar com apego estrito à lei”, manifestou-se a vice, no Twitter, após as drásticas ações do presidente.

“Esta decisão configura um golpe de Estado e se afasta de todos os marcos constitucionais”, declarou a legisladora esquerdista Ruth Luque, cujo grupo vinha apoiando a permanência de Castillo no poder, sobre a decisão do ex-presidente. Um parlamentar acrescentou que a decisão “é claramente um golpe ao estilo de 1992”, referindo-se ao “autogolpe” perpetrado pelo então presidente Alberto Fujimori (1990-2000), que também dissolveu o Congresso. “Claro que é um golpe de Estado, Castillo sabia que ia ser destituído e estava na frente. Espero que as Forças Armadas se manifestem contra o golpe de Estado, ele não pode fechar o Congresso”, enfatizou o deputado de direita José Cueto, do ultraconservador Partido da Renovação Popular e ex-comandante das Forças Armadas. Ele afirmou que as Forças Armadas “apoiam o Congresso”. Os legisladores enfatizaram ainda que o clima segue tranquilo no país e que não há qualquer movimentação das Forças Armadas, razão pela qual consideraram que o governante em breve “será mandado para a prisão”.

*Com informações da EFE

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