Estados Unidos executam pela primeira vez uma pessoa transgênero

Amber McLaughlin, de 49 anos, recebeu uma injeção letal na terça-feira, 3; ela estava presa por homicídio

  • Por Jovem Pan
  • 04/01/2023 11h19 - Atualizado em 04/01/2023 13h57
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Divulgação/DEATH PENALTY INFORMATION CENTER primeira pessoa trans condenada nos EUA Amber McLaughlin, 49 anos, foi condenada à morte por homicídio

Os Estados Unidos executaram pela primeira vez uma pessoa transgênero. Condena por assassinato, Amber McLaughlin, de 49 anos, foi declarada morta às 19h (22h no horário de Brasília) no Bonne Terre Diagnostic and Correctional Center, de acordo com um comunicado do departamento penitenciário estadual. A execução foi realizada no estado do Missouri, no centro dos Estados Unidos, e, conforme a Fox2now, a sentença foi executada por injeção letal. McLaughlin foi a primeira pessoa transgênero de qualquer sexo a morrer por pena de morte no país e também a primeira pessoa a ser executada em 2023. Ela estava presa após ser declarada culpada de matar uma ex-namorada em 2003 em um subúrbio da cidade de Saint Louis. De acordo com o Centro de Informação sobre a Pena de Morte (DPIC, na sigla em inglês), que busca abolir essa punição nos Estados Unidos, não há registro de execução de uma pessoa abertamente transgênero no país.

O julgamento de McLaughlin aconteceu em 2006 e, apesar de ter sido considerada culpada por homicídio, o juri não conseguiu chegar a um consenso sobre a sentença. O juiz de primeira instância interveio e impôs a pena de morte, o que é permitido nos estados de Missouri e Indiana. Sob a alegação de que o júri não a condenou à morte, a defesa pediu ao governador Mike Parson que comutasse sua sentença para prisão perpétua. Sua solicitação obteve o apoio de pessoas de alto perfil, incluindo dois legisladores do Missouri na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Cori Bush e Emanuel Cleaver. Em uma carta ao governador, os advogados disseram que o pai adotivo de McLaughlin costumava espancá-la com um porrete e também a eletrocutava. “Além desses abusos horríveis, ela lidou em silêncio com questões de identidade de gênero”, escreveram. O pedido não foi atendido e a mulher não recebeu o perdão do governador, o que ocasionou em sua execução. Desde que assumiu o cargo em 2018, o governador Parson jamais concedeu um pedido de clemência.

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