FMI prevê desaceleração no PIB dos EUA, com avanço de 1,7% em 2023 e 1% em 2024

Instituição não descarta nova alta de juros pelo Banco Central norte-americano para conter a inflação

  • Por Jovem Pan
  • 27/05/2023 06h45
EFE/EPA/MICHAEL REYNOLDS Capitólio dos estados unidos Capitólio é o local que serve como centro legislativo do Estado norte-americano com a atuação do Senado e da Câmara dos Representantes

O Fundo Monetário Internacional (FMI) emitiu uma projeção em que prevê uma desaceleração econômica na maior economia do mundo. Segundo o órgão, o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos deverá crescer 1,7% em 2023 e 1% em 2024. Em relação ao quarto trimestre deste ano, a economia norte-americana deverá ter um crescimento de 1,2% em comparação com o mesmo período no ano anterior. Em seu comunicado, o FMI ressalta que o “grande e rápido” aumento das taxas de juros praticado pelo Sistema de Reserva Federal dos Estados Unidos (FED, na tradução livre, espécie de Banco Central norte-americano) pode não ser o suficiente para baixar a inflação e trazê-la de volta à meta. Com isso, é possível que o órgão tenha que aumentar novamente os juros para que a meta inflacionária de 2% seja cumprida. “Do lado positivo, os resultados de crescimento de curto prazo podem ser melhores do que o previsto atualmente. No entanto, isso significaria apenas que a economia desaceleraria mais abruptamente em um estágio posterior (possivelmente em 2024), criando uma recessão à medida que a política monetária mais rígida se consolidasse”, pontua o FMI em seu relatório.

Em relação à inflação, há a expectativa de que o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na tradução livre) tenha um crescimento de 3,8% em 2023 e 2,6% em 2024. Por sua vez, a taxa de desemprego deverá subir lentamente, sendo 3,8% em 2023 e em 4,4% em 2024. Sobre o teto da dívida, ponto que preocupa os mercados globais por conta de um possível calote nas dívidas norte-americanas, o Fundo Monetário Internacional ressalta que o impasse sobre o tema pelo Legislativo eleva as tensões para um risco “sistêmico totalmente evitável” à economia global. “Para evitar exacerbar os riscos negativos, o teto da dívida deve ser imediatamente elevado ou suspenso pelo Congresso, permitindo que as negociações sobre o orçamento do ano fiscal de 2024 comecem”, pontua a entidade que pede uma atenção sobre a necessidade dos Estados Unidos criarem uma solução permanente a um problema “recorrente” – situação que ocorreu no início do século – e que os políticos norte-americanos assegurem que, “uma vez aprovadas as dotações, o espaço correspondente no teto da dívida seja automaticamente disponibilizado para financiar esse gasto”.

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