G7 começa neste sábado; Bolsonaro espera que EUA barrem conversa sobre Amazônia

  • Por Jovem Pan
  • 24/08/2019 10h15 - Atualizado em 24/08/2019 10h16
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EFE Tema foi tratado entre Trump e Bolsonaro em conversa na última sexta-feira

O G7, cúpula de sete potências econômicas mundiais, começa neste sábado (24) e vai até a próxima segunda-feira em Biarritz, na França. Com a ligação de Donald Trump ao presidente Jair Bolsonaro, o governo brasileiro espera que os Estados Unidos indiquem, durante o evento, que só aceitarão discutir os incêndios na região da floresta amazônica com a presença e participação do Brasil.

O tema, segundo interlocutores do governo brasileiro, foi tratado na conversa entre os dois presidentes. A visão é de que os EUA apoiam uma postura de soberania do Brasil — e podem se opor ao desejo de líderes europeus, como o francês Emmanuel Macron, que já afirmou que deseja debater o assunto no encontro das sete nações. A previsão é de que Japão e Itália endossem a necessidade de participação do Brasil em eventual discussão sobre a Amazônia.

Trump embarcou na noite de sexta-feira (23) para a reunião. O presidente dos Estados Unidos tem se mantido em lado oposto aos europeus no debate de proteção ambiental. Ele retirou os EUA do Acordo de Paris e, em junho, durante o G-20, mais uma vez se manteve isolado diante da renovação de compromisso dos demais países em tomar medidas para conter a mudança climática.

Sobre a ligação de Trump

No final desta sexta, Trump se pronunciou pela primeira vez sobre o assunto, em tom diferente do adotado por Macron ou pela chanceler alemã, Angela Merkel. No lugar da cobrança ao presidente brasileiro, Trump disse que os EUA estão dispostos a ajudar o Brasil e que a relação entre os dois países está “mais forte do que nunca”.

Além de EUA, Japão e Itália, o Brasil conta com o Reino Unido para desempatar o debate e defender que o assunto seja discutido com a participação do Brasil. Na sexta, o premiê britânico, Boris Johnson, divulgou nota na qual disse estar profundamente preocupado com os incêndios e o impacto das chamas na natureza.

Desde que as queimadas atraíram pressão da comunidade internacional, o governo tem defendido a tese de que seria uma violação à soberania brasileira discutir o assunto no G7, sem a presença do Brasil. Na quinta-feira, no Twitter, Bolsonaro afirmou que “a sugestão do presidente francês, de que assuntos amazônicos sejam discutidos no G7 sem a participação dos países da região, evoca mentalidade colonialista descabida no século XXI”.

*Com Estadão Conteúdo

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