Hong Kong é palco de protestos pelo décimo fim de semana seguido

  • Por Jovem Pan
  • 11/08/2019 12h32
EFE Na sexta-feira (9), a polícia de Hong Kong informou que 592 pessoas já haviam sido detidas desde o início dos protestos

No décimo fim de semana ininterrupto de protestos em Hong Kong, a polícia da região semiautônoma chinesa voltou a usar gás lacrimogêneo para dispersar manifestantes que bloquearam estradas e fecharam um dos principais túneis da cidade. Neste domingo (11), 16 pessoas foram detidas por reunião ilegal, porte de armas e agressões a policiais.

Na sexta-feira (9), a polícia de Hong Kong informou que 592 pessoas já haviam sido detidas desde o início dos protestos, em 9 de junho, com idades entre 13 e 76 anos. Elas enfrentam acusações que podem levar a penas de até dez anos de prisão.

Seguindo um padrão estabelecido nos fins de semana passados, os protestos continuaram na noite de sábado (10), apesar da recusa da polícia em autorizar as manifestações.

O gás lacrimogêneo foi disparado contra uma multidão de cerca de mil pessoas num breve impasse noturno numa estação de trens suburbanos em Tai Wai.

Também no sábado, vários milhares de pessoas continuaram a protestar no aeroporto internacional de Hong Kong, um dos mais movimentados do mundo.

Os manifestantes entoaram palavras de ordem, montaram televisores para divulgar vídeos de protestos recentes e distribuíram panfletos que explicavam a polêmica em torno das emendas à lei de extradição propostas pelo governo de Hong Kong e a exigência do eleições universais no território controlado pela China.

As manifestações
A contestação social começou em junho, desencadeada pela apresentação de uma proposta de alteração à lei da extradição, que permitiria ao governo e aos tribunais da região administrativa especial a extradição de suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como a China continental.

A proposta foi suspensa, mas as manifestações generalizaram-se e denunciam agora aquilo que os manifestantes afirmam ser uma “erosão das liberdades” na antiga colônia britânica. Eles exigem agora reformas eleitorais e a realização de um inquérito aos alegados abusos policiais.

A transferência de Hong Kong e Macau para a República Popular da China, em 1997 e 1999, respectivamente, decorreu sob o princípio “um país, dois sistemas”, precisamente o que os opositores às alterações da lei garantem estar agora em causa.

Para as duas regiões administrativas especiais da China foi acordado um período de 50 anos com elevado grau de autonomia, em nível Executivo, Legislativo e Judiciário, com o governo chinês responsável por relações externas e defesa.

*Com Agência Brasil

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