Israel segue bombardeando Gaza e dá sinais de que invasão é iminente
O porta-voz do Exército, Jonathan Conricus, declarou que incursões terrestres “localizadas” já foram realizadas na região
Israel voltou a advertir a população, neste sábado, 14, para que a população deixe o norte da Faixa de Gaza, ao mesmo tempo em que continuou bombardeando o enclave palestino, dando sinais de que uma invasão é iminente, em resposta à sangrenta ofensiva do grupo palestino Hamas, há uma semana. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pressionado internacionalmente para evitar uma catástrofe humanitária, não deu sinais de afrouxar sua determinação de destruir o Hamas, que governa o enclave desde 2007. “Estão prontos para o que está por vir? Isso vai continuar”, proclamou o premiê ultraconservador durante uma visita aos soldados posicionados em frente ao enclave, no oitavo dia de uma guerra que já deixou milhares de mortos em ambos os lados. O porta-voz do Exército, Jonathan Conricus, declarou que incursões terrestres “localizadas” já foram realizadas em Gaza e que isso “provavelmente” resultará em “operações adicionais e importantes de combate”.
O Exército israelense anunciou a morte de dois líderes militares do Hamas: Murad Abu Murad, “responsável por uma grande parte da ofensiva mortal” contra Israel; e um “comandante da unidade ‘Nukhba'” (“elite”, na tradução do árabe), “que dirigiu o ataque contra as localidades israelenses perto da Faixa de Gaza”. O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, acusou Israel de cometer “crimes de guerra”. A milícia também lançou neste sábado uma série de foguetes de Gaza contra o território israelense. Segundo o Exército, pelo menos 1.300 israelenses, principalmente civis, morreram desde o ataque do Hamas. Na Faixa de Gaza, o número de vítimas mortais da resposta israelense chega a 2.215, incluindo 724 crianças, de acordo com as autoridades locais. Segundo o Hamas, 26 reféns dos cerca de 120 capturados em sua incursão de 7 de outubro morreram devido aos bombardeios israelenses, nove deles nas últimas 24 horas. O Exército israelense indicou ter encontrado cadáveres de alguns dos reféns em suas operações na Faixa de Gaza.
Saída de Gaza
Israel, que acusa o Hamas de usar civis como escudos humanos, instou na sexta-feira os cerca de 1,1 milhão de habitantes do norte da Faixa e Gaza a deixar a área “sem demora”. O Estado hebreu decretou na semana passada um “cerco total” do enclave, cortando todo abastecimento de água, eletricidade ou alimentos. Testemunhas e autoridades do Hamas garantem que Israel bombardeou moradores que tentavam fugir rumo ao sul por uma estrada apresentada como segura pelo Exército israelense e que várias pessoas morreram.
“Um caminhão com dezenas de famílias a bordo foi atingido pela artilharia perto do vale de Wadi Waza”, disse uma testemunha à AFP, que não pôde confirmar a informação de imediato. A Faixa de Gaza, com 362 km² e cerca de 2,4 milhões de habitantes, está situada entre Israel, Egito e o Mar Mediterrâneo e está sujeita a um bloqueio de Israel desde 2006. O posto de Rafah, única saída pelo Egito, segue fechado e deverá ser usado para a retirada de cidadãos de outros países. É lá que 28 brasileiros aguardam resgate do governo federal.
Tensões com o Líbano e Cisjordânia
No plano regional, dois civis morreram neste sábado em um bombardeio israelense contra a aldeia libanesa de Shebaa (sul), informou o prefeito da localidade. Nos últimos dias, houve vários duelos de artilharia entre Israel e o grupo libanês Hezbollah, aliado do Hamas. Um de seus combatentes morreu nesta escalada de tensões, afirmou o grupo em um comunicado. Na sexta-feira, 13, um jornalista da Reuters morreu e outros seis – dois da AFP, dois da Reuters e dois da Al Jazeera – ficaram feridos em um bombardeio nessa área, atribuído pelas autoridades libanesas a Israel.
Na Cisjordânia, ocupada por Israel desde 1967, pelo menos 53 palestinos morreram em confrontos com as forças israelenses na última semana. O Exército israelense também bombardeou a Síria neste sábado depois que os alarmes antiaéreos dispararam nas Colinas de Golã, anexadas por Israel em 1967. “Duas bombas foram lançadas da Síria em direção ao território israelense e caíram em uma área aberta”, disse um comunicado militar.
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*Com informações da AFP
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