Jovem de 20 anos é baleada em protesto e se torna ‘mártir’ em Myanmar

Um retrato de Mya Thwate Thwate Khaing, que levou um tiro quase fatal e está hospitalizada desde então, foi pendurado em uma ponte de Yangon

  • Por Jovem Pan
  • 11/02/2021 17h57
EFE/EPA/NYEIN CHAN NAING Apesar da repressão policial, do toque de recolher e da proibição de reuniões, jovens continuam protestando no Myanmar

Quatro manifestantes foram baleados durante protestos contra o golpe militar realizados nesta terça-feira, 9, em Myanmar. Dentre essas pessoas está a jovem Mya Thwate Thwate Khaing, que completou 20 anos nesta quinta-feira, 11, enquanto luta pela vida no hospital. Segundo a agência de notícias AFP, a garota perdeu as funções cerebrais e tem poucas chances de sobreviver. O tiro quase fatal em Mya gerou uma onda de raiva em todo o país e um cartaz com seu retrato foi pendurado em uma ponte no centro da capital Yangon. Nas novas manifestações que se seguiram, algumas pessoas seguravam cartazes com os dizeres: “Parem de matar pessoas”.

Desde terça-feira, 9, a repressão policial aumentou e os agentes de segurança passaram a utilizar gás lacrimogênio e jatos de água, além de balas supostamente de borracha, para dispersar os manifestantes. A truculência coincide com a proibição das reuniões com mais de cinco pessoas, além do decreto de lei marcial e toque de recolher em algumas partes do país. Antes, as autoridades que estão comandando o país já tinham bloqueado a internet e o acesso às redes sociais Facebook e Twitter. Os tiros disparados pela polícia relembram o passado do país do Sudeste Asiático, que teve um regime militar de quase 50 anos marcado por perseguição política e abusos de poder, incluindo assassinatos, torturas, violência sexual, escravidão, trabalho infantil e tráfico humano.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.