Juiz ameaça Trump de prisão se ele desobedecer ordens no tribunal

Magistrado lhe impôs uma nova multa de 1.000 dólares, que se soma a outra pena de 9.000 dólares (45,5 mil reais) por nove violações anteriores da ordem judicial que o proíbe de fazer referência a qualquer coisa relacionada com o julgamento nas suas redes sociais

  • 06/05/2024 14h08
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EFE/EPA/Maansi Srivastava / POOL donald trump (1) Na sua decisão, o juiz avisa-o que, por esta ser a décima vez que o tribunal o considera culpado de desobedecer às suas ordens, "parece claro que as multas não serão suficientes para dissuadir o acusado de violar ordens legais"

O juiz do julgamento de Donald Trump ameaçou nesta segunda-feira (6) o ex-presidente com uma ordem de prisão se ele continuar violando a ordem que o proíbe de insultar testemunhas, o júri e funcionários do tribunal. O juiz lhe impôs uma nova multa de 1.000 dólares, que se soma a outra pena de 9.000 dólares (45,5 mil reais) por nove violações anteriores da ordem judicial que o proíbe de fazer referência a qualquer coisa relacionada com o julgamento nas suas redes sociais. Na sua decisão, o juiz avisa-o que, por esta ser a décima vez que o tribunal o considera culpado de desobedecer às suas ordens, “parece claro que as multas não serão suficientes para dissuadir o acusado de violar ordens legais”. “Por mais que eu não queira impor-lhe uma pena de prisão (…) quero que entenda que o farei”, advertiu o juiz Juan Merchan no início da terceira semana de julgamento contra o primeiro ex-presidente na história dos Estados Unidos a sentar no banco dos réus. Desta vez, Trump foi multado por ter criticado em uma entrevista a velocidade (uma semana) com a qual se escolheu o júri e sua suposta composição em uma cidade majoritariamente democrata. O magnata, de 77 anos, é acusado de 34 falsificações de documentos comerciais para reembolsar o seu então advogado pessoal Michael Cohen com o pagamento de 130 mil dólares (R$ 684 mil na cotação atual) para comprar o silêncio da ex-atriz pornô Stormy Daniels poucos dias antes das eleições de 2016, vencidas por ele contra a democrata Hillary Clinton.

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Espera-se que Daniels, cujo nome verdadeiro é Stephanie Clifford, e Cohen, o ex-advogado de Trump que se tornou inimigo declarado de seu ex-chefe, testemunhem em algum momento na sala de audiências do Tribunal Superior de Manhattan, onde o julgamento está sendo realizado. Ao longo das duas primeiras semanas, várias testemunhas depuseram, expondo as manobras e negociações em uma tentativa de encobrir notícias potencialmente negativas para a campanha presidencial do magnata do setor imobiliário de Nova York, que pretende vencer a eleição presidencial de novembro próximo. Mas talvez um dos mais prejudiciais para Trump tenha sido o depoimento de sua ex-assessora Hope Hicks, que na sexta-feira explicou como teve de administrar a “crise” quando veio à tona uma gravação em que o magnata se gabava de que alguém famoso como ele podia se permitir qualquer coisa para conquistar mulheres, como tocar seus órgãos genitais sem que elas hesitassem. Hicks reconheceu que estava “um pouco confusa” por aquela gravação denominada “Access Hollywood”. “Todos estávamos de acordo de que o filme era prejudicial, era uma crise”, disse Hicks, que foi uma peça-chave nas etapas finais da bem-sucedida campanha presidencial de Trump em 2016, quando supostamente os pagamentos a Daniels foram realizados.

De acordo com os promotores, o pânico em relação à gravação desencadeou um esforço da campanha de Trump para silenciar Daniels, que ameaçou tornar público um suposto caso extraconjugal que ela teria tido em 2006 com o magnata, o que ele sempre negou. O pagamento em si não é um crime. Mas Trump é acusado de disfarçá-lo como honorários advocatícios para seu advogado. Em meio à campanha eleitoral, Trump se considera vítima de uma “caça às bruxas” e de uma conspiração legal dos democratas, liderados pelo atual presidente Joe Biden, para impedi-lo de fazer o tão sonhado retorno à Casa Branca. Além do caso de Nova York, Trump foi acusado em Washington e na Geórgia de conspirar para anular os resultados da eleição de 2020, vencida por Biden, e de levar para sua casa na Flórida documentos ultrassecretos que poderiam comprometer a segurança do estado no final de sua presidência em 2021.

*Com informações de AFP

 

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