México e EUA fazem acordo para retomar programa de imigração de Trump

Previsão é de que migrantes aguardando resultados de pedidos de asilo esperem por resposta em território mexicano a partir da segunda-feira

  • Por Jovem Pan
  • 02/12/2021 17h20
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MANDEL NGAN / AFP joe biden presidente dos eua ao lado de manuel obrador México e EUA firmaram acordo para retomar programa migratório da época do governo Trump

México e Estados Unidos concordaram nesta quinta-feira, 2, em reativar parcialmente um programa do governo de Donald Trump que exige que migrantes esperem em território mexicano pela resposta aos seus pedidos de asilo no país vizinho. “O México decidiu temporariamente que, por razões humanitárias, não devolverá a seus países de origem certos migrantes que têm uma audiência para comparecer perante um juiz de imigração nos Estados Unidos para solicitar asilo”, disse o ministério em um comunicado. “Stay in Mexico” será restaurado após negociações com os Estados Unidos, onde a justiça ordenou a reimplementação da política de imigração de Trump, que devolvia os migrantes ao território mexicano, um revés para o presidente democrata Joe Biden, que encerrou essa prática quando assumiu o cargo em janeiro.

Nos Estados Unidos, o Departamento de Segurança Nacional informou que, assim que o México reativar seu programa de recebimento de migrantes, fará algumas alterações em seus protocolos de proteção de migrantes (MPP) para agilizar o processo e responder às preocupações do México. Um dos principais compromissos dos Estados Unidos é que os processos de pedido de asilo sejam “concluídos em seis meses” a partir do momento em que o requerente é devolvido ao México e para agilizar a comunicação e informação prestada aos migrantes. A previsão é de que a partir de segunda-feira, 6,os migrantes sejam devolvidos ao México. Aqueles cuja situação seja considerada vulnerável serão excluídos do MPP. Na fronteira há migrantes que tiveram que esperar mais de um ano por suas audiências e a partir de março de 2020, devido à pandemia da Covid-19, tiveram o processo ainda mais adiado. Na negociação também foi levantada a necessidade de aplicação de medidas contra a Covid-19, como exames médicos e disponibilização de vacinas para os migrantes.

Os Estados Unidos prometeram que todos os inscritos no MPP serão vacinados. Os dois países colaborarão para que haja abrigos seguros para os migrantes, que tenham transporte eficiente para cruzar a fronteira e tenham acesso a um emprego e serviços de saúde em território mexicano. O México, que durante anos se recusou a receber migrantes de volta, aceitou as políticas de Trump após a chegada de Andrés Manuel López Obrador à presidência, em dezembro de 2018. Com a ascensão de Biden à Casa Branca, foi reativada a entrada de migrantes, em sua maioria centro-americanos, que chegam ao México com o sonho de poder ir para os Estados Unidos. Mais de 190 mil migrantes foram detectados pelas autoridades mexicanas entre janeiro e setembro, três vezes mais do que em 2020, quando cerca de 74,3 mil foram deportados. O governo Biden sustenta que o MPP impôs custos humanitários injustificáveis e não ataca as causas profundas da imigração ilegal, de modo que, uma vez levantada a liminar, será novamente cancelado, disse o Departamento de Segurança Interna.

*Com informações da AFP

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