Naufrágio no Iêmen deixa ao menos 76 migrantes mortos e vários desaparecidos

Barco transportava principalmente pessoas que tentavam entrar ilegalmente no território iemenita

  • Por Jovem Pan
  • 04/08/2025 15h32
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Reprodução/x/@madhurendra13 naufrágio Imagens de vídeo nas redes sociais mostram resgate de sobreviventes de naufrágio de migrantes

Ao menos 76 migrantes morreram e dezenas eram considerados desaparecidos após o naufrágio de uma embarcação que transportava principalmente migrantes etíopes na costa do Iêmen, informaram autoridades iemenitas à AFP nesta segunda-feira (4). Duas fontes de segurança do Iêmen reportaram que 76 corpos foram recuperados e 32 pessoas resgatadas do naufrágio, que aconteceu no Golfo de Aden. A Organização Internacional para as Migrações (OIM) informou que 157 pessoas estavam a bordo.

O naufrágio de domingo é um dos “mais mortais ocorridos este ano na costa do Iêmen”, declarou Abdusattor Esoev, chefe da missão desta agência da ONU no país. O número dois do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, indicou em um comunicado que o papa Leão XIV estava “profundamente triste com esta devastadora perda de vidas”.

O barco transportava principalmente migrantes etíopes que “tentavam entrar ilegalmente no território iemenita”, segundo a direção de Segurança do governo de Abyan. Algumas das pessoas resgatadas foram levadas a Aden, perto de Abyan, de acordo com uma das fontes de segurança.

Apesar do conflito que afeta o Iêmen desde 2014, a migração irregular para o país não cessou, principalmente de pessoas procedentes da Etiópia. Os migrantes atravessam o estreito de Bab Al-Mandab, que separa o Djibuti do Iêmen, uma rota importante para o comércio internacional, mas também para as migrações e o tráfico de seres humanos.

As monarquias petrolíferas do Golfo, como a Arábia Saudita e os Emirados Árabes, abrigam uma importante mão de obra estrangeira procedente do subcontinente indiano e da África.

A OIM registrou pelo menos 558 mortes na rota do Mar Vermelho no ano passado, 462 delas em acidentes de barco. “Esta rota, uma das mais perigosas do mundo, é controlada principalmente pelas redes de traficantes e de tráfico de pessoas (…) Os refugiados e os migrantes não têm outra escolha a não ser recorrer aos seus serviços”, declarou à AFP Ayla Bonfiglio, diretora regional da organização de pesquisa e defesa Mixed Migration Centre. “Os migrantes estão plenamente conscientes dos riscos, mas (…) muitos consideram que não têm outra opção”, acrescentou.

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No mês passado, pelo menos oito pessoas morreram depois que os traficantes forçaram os migrantes a deixar uma embarcação no Mar Vermelho, segundo a agência de migração da ONU.

*Com informações do Estadão Conteúdo

Publicado por Nátaly Tenório

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