‘Nós voltaremos de um jeito ou de outro’, diz Trump em último discurso como presidente

O republicano manteve tom otimista sobre os seus feitos nos últimos quatro anos e mencionou intenção de continuar atuando na política norte-americana

  • Por Bárbara Ligero
  • 20/01/2021 11h16 - Atualizado em 20/01/2021 15h45
EFE/EPA/AL DRAGO / POOL Em seu último discurso como presidente dos Estados Unidos, Donald Trump voltou a chamar o novo coronavírus de "vírus chinês"

Donald Trump deixou a Casa Branca na manhã desta quarta-feira, 20, e seguiu de helicóptero para a Base Aérea de Andrews, onde realizou o seu último discurso como presidente dos Estados Unidos antes de partir de avião para a Flórida, onde mantém uma mansão em Mar-A-Lago. Durante a sua fala final, o republicano manteve o tom otimista sobre os seus feitos nos últimos quatro anos e deixou claras as suas intenções de continuar atuando na política norte-americana. “Servir como presidente foi uma honra indescritível. Obrigado por este privilégio extraordinário”, agradeceu Trump.

O ex-presidente ressaltou que a economia dos Estados Unidos estava “decolando” até a pandemia do novo coronavírus, que ele voltou a chamar de “vírus chinês“. Ainda assim, ele defendeu que a sua administração conseguiu lidar com a crise econômica causada pela doença. “Somos o maior país do mundo, a maior economia do mundo e a despeito da pandemia, conseguimos lidar com a situação”, disse. Na sequência, ele destacou o fato de duas vacinas contra a Covid-19, a da Pfizer-BioNTech e a da Moderna, terem sido aprovadas e distribuídas nos últimos meses, sendo que uma terceira, da Johnson & Johnson, estaria em vias de ser autorizada para uso emergencial. “É realmente uma conquista e tanto. Vocês verão números excelentes nos próximos meses. Números que vão melhorar muito”, afirmou. “Temos que mostrar respeito e apoio às famílias incríveis que sofreram tanto devido ao vírus chinês, algo horrível que eles trouxeram ao mundo”, continuou.

Em suas falas finais, Donald Trump desejou que o novo governo tenha sucesso, o que ele disse ter certeza de que acontecerá porque a sua administração deixou bons alicerces. “Colocamos o governo num lugar jamais visto”, ressaltou. No pronunciamento, porém, Trump não citou o nome de seu sucessor Joe Biden em nenhum momento. Depois de agradecer ao povo norte-americano, ao vice-presidente Mike Pence, ao Congresso Nacional e a todos os funcionários do governo em Washington D.C., o republicano finalizou: “Nós voltaremos, de um jeito ou de outro”.

Em um vídeo com a íntegra do discurso, Trump agradeceu também ao Serviço Secreto dos Estados Unidos, ao gabinete militar da casa Branca, as equipes de Fuzileiros Navais 1, a Força Aérea 1, “cada” membro das Forças Armadas e às autoridades locais e estaduais do país. No pronunciamento, que está disponível no site oficial da Casa Branca, o presidente também relembrou o ataque ao Capitólio e afirmou que a ação “nunca pode ser tolerada”. “Todos os americanos ficaram horrorizados com o ataque ao Capitólio. A violência política é um ataque a tudo que prezamos como americanos”, disse.

No vídeo, que tem cerca de 20 minutos, Trump também comemorou as “tarifas históricas e monumentais à China”. Ele afirmou que o seu governo aprovou o maior pacote de cortes e reformas na história dos EUA e citou a saída do país da “horrível”  Parceria Transpacífico e do “impossível” Acordo de Paris. Joe Biden, porém, já anunciou a volta dos EUA aos tratado de ordem ambiental. O presidente disse que sua gestão alcançou a fronteira “mais segura” que os Estados Unidos já tiveram. Apesar de ter afirmado não ter iniciado nenhuma guerra, Trump lembrou da ação que matou al Baghdadi, fundador e líder do ISIS. Ele disse que acabaram com uma vida “miserável”. O presidente também falou sobre a morte do iraniano Qasem Soleimani, assassinato que quase iniciou uma guerra entre Irã e EUA.

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