OMS diz que aguarda dados do estudo sobre comprimido da farmacêutica MSD contra Covid-19

Porta-voz da organização afirmou que, se dados comprovarem eficácia do remédio, droga será ‘outra arma’ contra pandemia no mundo

  • Por Jovem Pan
  • 12/10/2021 08h35 - Atualizado em 12/10/2021 08h57
Reprodução/Merck Sharp & Dohme Corp Cápsulas vermelhas do medicamento molnupiravir MSD pediu autorização para uso emergencial da droga ao FDA

Um dia após a farmacêutica MSD (empresa que nos EUA e no Canadá se chama Merck, Sharp & Dohme Corp) anunciar o envio do pedido de uso emergencial do molnupiravir, aquele que pode ser o primeiro remédio em pílulas para tratar a Covid-19, à agência reguladora norte-americana (FDA), a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou em coletiva de imprensa que aguarda o recebimento dos dados dos testes clínicos da droga para análise. “Realmente, é um progresso interessante. Nós teríamos que ver todos os dados do estudo. Se for verdade, essa vai ser uma outra arma na luta contra a pandemia da Covid-19″, declarou o porta-voz da organização, Christian Lindmeier, em uma coletiva de imprensa realizada em Genebra nesta terça-feira, 12.

A droga antiviral é estudada como alternativa para tratar casos leves e moderados da doença que têm risco de se desenvolver para versões mais graves, causando hospitalização ou morte. A pesquisa em torno do medicamento foi feita pela Universidade Emory, em Atlanta, e a administração dada durante a fase de testes foi de quatro pílulas duas vezes ao dia por cinco dias seguidos. De acordo com análises preliminares dos estudos, que foram feitos também no Brasil, a administração do remédio diminuiria em 50% o risco de hospitalização causado pela doença. Se a droga for aprovada pela FDA, a expectativa da farmacêutica é de que 1,7 milhão de doses sejam entregues ao governo dos EUA para distribuição.

O estudo de fase 3 foi realizado com 775 voluntários infectados pela forma leve ou moderada da Covid-19 e com maior risco para desenvolver um quadro grave da doença, como obesidade, idade avançada, diabetes mellitus e doenças cardíacas. Administrado via oral, o molnupiravir busca inibir a replicação do SARS-CoV-2. De acordo com os resultados, 7,3% dos pacientes que receberam o remédio foram hospitalizados ou morreram cerca de 29 dias após a administração. Depois desse período, nenhuma morte foi relatada em pacientes que receberam o medicamento. Em relação aos pacientes que receberam o placebo, 14,1% foram hospitalizados ou morreram nos primeiros 19 dias dos testes. Depois desse período, oito pessoas que receberam o comprimido inativo morreram. Segundo a pesquisa, o molnupiravir reduziu o risco de hospitalização e/ou morte em todos os subgrupos principais. A eficácia do remédio não foi afetada pelo tempo de início dos sintomas ou pelos fatores de risco subjacentes. O medicamento mostrou também eficácia contra as principais variantes de preocupação do vírus: Gama, Delta e Mu.

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