ONU se diz preocupada com uso de forças armadas para combate ao crime no Rio

  • Por Agência Brasil
  • 07/03/2018 16h32
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EFE/Salvatore Di Nolfi EFE/Salvatore Di Nolfi Alto comissário da ONU para Direitos Humanos, Zeid Al Hussein disse que Forças Armadas não são especialilzadas em segurança pública e investigação e pediu que o governo garanta o respeito aos direitos humanos

O alto comissário das Nações Unidas para Direitos Humanos, Zeid Ra’ad Al Hussein, demonstrou nesta quarta-feira (7) preocupação com o uso de Forças Armadas para o combate ao crime em geral e citou especificamente a intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro.

“No Brasil, eu estou preocupado com a recente adoção de um decreto que dá a forças armadas autoridade para combater o crime no estado do Rio de Janeiro e colocam a polícia sob o comando do Exército”, disse Hussein ao discursar na 37ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos, em Genebra, na Suíça.

No dia 16 de fevereiro, o presidente Michel Temer assinou decreto nomeando o general Walter Souza Braga Netto interventor na segurança pública do estado do Rio. O texto concedeu plenos poderes para o general atuar em todo setor de segurança fluminense, ou seja, as polícias Civil e Militar e o Corpo de Bombeiros Militar.

Zeid Al Hussein disse que Forças Armadas não são especializadas em segurança pública e investigação e pediu que o governo garanta o respeito aos direitos humanos. “Peço ao governo para garantir que as medidas de segurança adotadas respeitem os parâmetros de direitos humanos e que medidas efetivas sejam adotadas para evitar filtragem racial (seleção de suspeitos com base na cor de pele) e a criminalização dos pobres”.

O alto comissário falou sobre a instalação de observatórios para acompanhar a intervenção e ressaltou a importância da participação da sociedade civil. Em seu discurso, o Hussein falou sobre a situação dos direitos humanos em vários países.

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