Países que integrarão próximo Conselho dos Direitos Humanos são eleitos

Eleição da China e da Rússia surpreendem após grupos de direitos humanos alegarem abusos nos governos das duas nações; Arábia Saudita tenta, mas não consegue assento na organização

  • Por Jovem Pan
  • 13/10/2020 17h59 - Atualizado em 13/10/2020 17h59
REUTERS/Denis Balibouse/File Photo Sessão do Conselho dos Direitos Humanos da ONU em Genebra, na Suíça

Nesta terça-feira (13), foi realizada uma votação na Assembleia Geral das Nações Unidas para definir quais nações ocuparão os 15 assentos do Conselho dos Direitos Humanos da ONU nos próximos três anos. Os vencedores foram Bolívia, China, Costa do Marfim, Cuba, França, Gabão, Malauí, México, Nepal, Paquistão, Reino Unido, Rússia, Senegal, Ucrânia e Uzbequistão. Antes da eleição, organizações como a Human Rights Watch (HRW) pediram que os países com direito a voto não elegessem a Arábia Saudita, a China e a Rússia por considerarem que as duas nações têm governos abusivos.

A Arábia Saudita, que se candidatou para uma das quatro vagas destinadas à Ásia e ao Pacífico, não obteve os 97 pontos que precisava para conquistar o posto. O resultado é provavelmente uma consequência do fato do governo saudita ter assumido a responsabilidade pelo assassinato de seu cidadão Jamal Khashoggi, que atuava como repórter do Washington Post, entre outras medidas de repressão.

Cada candidato a ocupar um lugar no Conselho dos Direitos Humanos deve publicar uma declaração enumerando suas qualificações para o posto. No seu, a Arábia Saudita admite ter “restrições legais à liberdade e à expressão de opinião a fim de proteger a ordem pública, a segurança nacional e os direitos de reputação de outros”. As violações aos direitos das mulheres e à liberdade religiosa não foram mencionados.

Já a China se saiu vitoriosa apesar de ter sido acusada recentemente de enviar centenas de milhares de muçulmanos para “campos de reeducação” em Xinjiang. O país também é conhecido por suas restrições à liberdade de imprensa e à política de limitação dos nascimentos. Outra eleição contraditória é a da Rússia, cujo governo atualmente é suspeito de envenenar o líder da oposição Alexander Navalny e de se aliar ao líder do regime sírio Bashar al Assad.

*Com informações de agências internacionais

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