Papa Francisco comenta casos de pedofilia na Igreja da França: ‘Tristeza e dor pelas vítimas’

Levantamento divulgado nesta terça-feira mostrou que mais de 200 mil menores de idade sofreram estupros por parte de clérigos do país europeu nos últimos 70 anos

  • Por Jovem Pan
  • 06/10/2021 11h07
EFE/EPA/RICCARDO ANTIMIANI Papa Francisco lendo um texto em varanda de um hospital. Ao lado, duas crianças usando máscaras e um homem de terno atrás delas Papa Francisco falou sobre acusações contra Igreja Católica da França

O Papa Francisco falou em sua audiência semanal com fiéis e peregrinos nesta quarta-feira, 6, sobre o levantamento divulgado nesta terça-feira, 5, que estima que mais de 200 mil crianças tenham sido vítimas de abusos sexuais cometidos por clérigos da Igreja Católica francesa nos últimos 70 anos. “Gostaria de expressar minha tristeza e dor pelo trauma que as vítimas sofreram. E também a vergonha, nossa vergonha, minha vergonha pela longa inação da Igreja de colocar as vítimas no centro de suas preocupações”, afirmou durante evento no Vaticano. Segundo ele, este era um período para a Igreja se envergonhar. Este foi o segundo pronunciamento do Papa sobre as acusações de estupro feitas contra a Igreja. Ainda na terça-feira, poucas horas após a repercussão do estudo na imprensa, Francisco disse que soube do relatório “com pesar” e elogiou a coragem das vítimas em denunciar os casos.

A análise dos dados sobre abuso sexual foi feita pela Comissão Independente de Pedocriminalidade na Igreja Católica em parceria com o Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica da França, que fez por dois meses entrevistas online com mais de 28 mil pessoas. O documento de 2,5 mil páginas mostrou que cerca de 3 mil padres e outros representantes religiosos cometeram os abusos contra crianças e adolescentes de maneira “sistemática”. Considerando os abusadores que não tinham cargos religiosos, mas também trabalhavam em outros setores da igreja, o número de crianças vítimas de violência sexual no país sobe para 330 mil; 80% dos menores abusados entre os anos 1950 e 2020 eram do sexo masculino e, de acordo com a pesquisa, as autoridades do órgão estavam cientes do ocorrido e acobertavam as ações.

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