Câmara dos Estados Unidos analisa impeachment contra Trump; entenda

Caso a medida seja aprovada, o empresário pode se tornar o primeiro presidente da história norte-americana a passar por dois julgamentos políticos

  • Por Jovem Pan
  • 13/01/2021 12h50 - Atualizado em 13/01/2021 17h54
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EFE/EPA/US HOUSE OF REPRESENTATIVES HANDOUT Caso seja aprovado, o processo de impeachment teria continuidade mesmo após a posse de Joe Biden

A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos iniciou nesta quarta-feira, 13, a sessão que decidirá sobre a abertura de um processo de impeachment contra o presidente Donald Trump. O chefe de governo está sendo acusado de ter incitado os seus apoiadores a invadirem o Capitólio no último dia 6, incidente que resultou em cinco mortes e interrompeu momentaneamente a oficialização da vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais. As acusações são amplamente endossadas pelos democratas, que compõem maioria na câmara. No entanto, alguns republicanos também manifestaram, nos últimos dias, o seu apoio à destituição de Trump. Entre eles estão os congressistas Adam Kizinger de Illinois, Fred Upton de Michigan, John Katko de Nova York e Liz Cheney de Wyoming.

Apesar do apoio de alguns membros do seu próprio partido à medida, Trump considerou a iniciativa “absolutamente ridícula”. e disse nesta terça-feira, 12, que o assunto lhe causa “uma raiva imensa”. O presidente também afirmou que o impeachment “é uma continuação da maior caça às bruxas na história da política”. Caso a Câmara dos Representantes dos Estados opte pelo impeachment, o julgamento político contra Donald Trump terá continuidade mesmo depois da cerimônia de posse de Joe Biden, que acontecerá no próximo dia 20. Dessa forma, o objetivo dos congressistas favoráveis ao processo não é retirar o empresário bilionário do poder, mas sim submetê-lo a um julgamento que pode deixá-lo impossibilitado de voltar a exercer cargos políticos no futuro.

A iniciativa de submeter Trump a um processo de impeachment é diferente da invocação da 25ª emenda à Constituição. Bastante distinto do impeachment, esse texto permite em sua sessão IV que o vice-presidente Mike Pence substitua Trump se ele se mostrar inapto a exercer as suas funções, o que alguns defendem ser o caso. No entanto, a lei não prevê nenhum tipo de punição ao presidente. No entanto, as chances da 25ª emenda ser invocada caiu consideravelmente após Pence descartar que tomaria essa atitude na terça-feira, 12. Em carta enviada à presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, o vice-presidente escreveu: “Não acredito que tal curso de ação seja do melhor interesse de nossa nação ou seja consistente com nossa Constituição”. Pence se refere ao fato da emenda ter sido criada para casos de doença física ou mental que deixem o presidente temporariamente inapto a liderar o país – e que usá-la contra Trump “abriria um precedente terrível”.

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