Náufrago salvadorenho diz que várias embarcações negaram ajuda a ele
San Salvador, 12 fev (EFE).- O náufrago salvadorenho José Salvador Alvarenga, que diz ter sobrevivido por mais de um ano à deriva no oceano Pacífico, contou que várias embarcações negaram ajuda a ele em alto-mar, disse nesta quarta-feira a ministra da Saúde, María Isabel Rodríguez, após visitá-lo no hospital.
Alvarenga, que chegou esta terça-feira a El Salvador depois de ter sido resgatado em 30 de janeiro nas Ilhas Marshall, “disse que tinha praticamente perdido a esperança de voltar ao mundo” porque “não teve a solidariedade” de algumas embarcações que passaram perto de seu barco, explicou Rodríguez em entrevista coletiva.
A ministra contou que o relato foi feito durante sua visita ao náufragono hospital San Rafael, de Santa Tecla, cerca de São Salvador, onde foi internado ontem à noite após o retorno ao país e onde deve ficar por pelo menos 48 horas.
A ministra da Saúde detalhou que Alvarenga, de 37 anos, relatou que as embarcações que encontrou em sua longa travessia “negaram a ajuda” e que inclusive foi cumprimentado por alguns tripulantes, enquanto pedia “ajuda, socorro”.
Segundo a avaliação médica a que foi submetido, Alvarenga “está em estupendas condições físicas, invejável”; só tem certos problemas psicológicos de adaptação e chora com facilidade, destacou Rodríguez.
Ainda “não está pronto para a comunicação com o mundo”, e por isso a ministra pediu privacidade, principalmente dos meios de comunicação, acrescentou.
Alvarenga teria passado mais de um ano só no Pacífico em uma embarcação de sete metros e sobreviveu a base de peixes, aves e tartarugas, depois que a viagem de pesca com um companheiro mexicano acabou por culpa de uma tempestade que os afastou do litoral e os deixou à deriva no Pacífico.
Em 30 de janeiro de 2014, o barco reapareceu em um recife perto de Ebon, um remoto atol das Ilhas Marshall, onde os aldeões encontraram Alvarenga e tiveram dificuldades para se comunicar com ele, porque só fala espanhol.
As autoridades das Ilhas Marshall enviaram um barco a Ebon, de onde foi transferido para Majuro e em seguida de volta a capital de El Salvador. EFE
mmf/cd
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