Níveis de incidência do Alzheimer estabilizam-se na Europa Ocidental
Londres, 21 ago (EFE).- Pesquisadores da Universidade de Cambridge comprovaram que os níveis de incidência da doença de Alzheimer estabilizaram-se na Europa Ocidental, segundo um estudo divulgado nesta sexta-feira pela revista científica “The Lancet Neurology Journal”.
O grupo de cientistas analisou cinco estudos relacionados que tinham sido realizados em diferentes décadas e países, incluindo Holanda, Reino Unido, Espanha e Suécia.
Através da análise, os cientistas comprovaram que a demência tinha se estabilizado na Holanda e Suécia, e inclusive tinha reduzido na Espanha e Inglaterra, contra os números que previam uma incidência maior.
Na Inglaterra, os prognósticos de 1991 sobre a incidência da doença sustentavam que 11% dos maiores de 65 anos padeceriam de demência em 2011. No entanto, os autores do estudo disseram que o número atual é de 6%.
As evidências que apontavam para uma “epidemia” da demência se basearam em um estudo que começou em 1980 e, desde então, a melhora das condições de vida e os avanços em matéria de saúde mudaram a situação.
Carol Brayne, pesquisadora do Instituto de Saúde Pública em Cambridge, explicou que “a diminuição da incidência da demência” coincidia com a melhora dos fatores de proteção contra a doença, como a educação e as condições de vida.
Os autores da pesquisa afirmaram que, no caso dos níveis da doença terem se estabilizado de forma definitiva, o maior desafio nos próximos anos será o cuidado dos doentes.
O cientista Yu-Tzu Wu, um dos membros da equipe de Cambridge, lembrou que “a população de mais de 85 anos é o grupo demográfico que mais rápido cresce” e que 40% deles sofre demência.
Por sua vez, Elizabeth Coulthard, catedrática de Neurologia na Universidade de Bristol, esclareceu que os prognósticos anteriores sobre a doença tinham sido “muito exagerados”.
“É possível que certos fatores como a nutrição e as condições de vida tenham contribuído para uma certa estabilização, mas o impacto da demência continua sendo enorme e afeta cerca de 7% dos idosos de 65, e cerca de 40% dos maiores de 80”, concluiu. EFE
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