Oposição ucraniana bloqueia Parlamento e impede aprovação de orçamentos

  • Por Agencia EFE
  • 14/01/2014 16h25

Kiev, 14 jan (EFE).- A oposição ucraniana bloqueou nesta terça-feira a tribuna da Rada Suprema (Legislativo) durante todo o dia, o que impediu o início da nova temporada de sessões parlamentares e a aprovação dos orçamentos para este ano.

Os deputados opositores bloquearam o acesso à tribuna desde 30 minutos antes da abertura da sessão, ao mesmo tempo em que colocaram em seus assentos pequenas bandeiras da Ucrânia e da União Europeia (UE).

A oposição assegura que bloqueará os trabalhos da Rada até que o primeiro-ministro, Nikolai Azarov, e seu governo renunciem em plenário, e se dissolva definitivamente a unidade especial antidistúrbios Berkut.

Além disso, exigem o comparecimento na câmara do procurador-geral, Victor Pshonka, para que explique como se aplica a anistia para os detidos nos protestos que explodiram em novembro do ano passado após a desistência do governo a associar-se com a UE.

O presidente da Rada, Vladimir Ribak, destacou que os diferentes partidos com representação parlamentar iniciaram consultas e expressou sua esperança que a câmara reabra suas sessões amanhã.

O governista Partido das Regiões exigiu hoje da oposição que desbloqueie o Parlamento e permita a aprovação dos orçamentos para que o governo possa cumprir com suas obrigações sociais perante seus concidadãos.

O partido liderado pelo presidente, Viktor Yanukovich, acusou a oposição em comunicado de “ações provocadoras destinadas a dividir a sociedade e o país” e de instigar “novos conflitos e focos de dramáticos enfrentamentos violentos”.

“Tal atitude da oposição revela suas autênticas intenções: a fim de satisfazer suas ambições políticas estão dispostos a deixar o país sem orçamento, sem aumento de pensões”, ressalta a nota.

Os deputados governistas tentaram conseguir a aprovação do orçamento no final do ano passado, mas a oposição o impediu ao bloquear os trabalhos da câmara.

Várias centenas de pessoas estão acampadas de maneira indefinida na Euromaidan (Maidan é praça em ucraniano) desde que o presidente se negou a associar-se com o bloco europeu.

A Ucrânia, que recebeu em meados de dezembro um resgate financeiro russo em forma de compra de bônus e corte do preço do gás, anunciou o reatamento das negociações com a UE para a assinatura de um acordo de associação sob novas condições. EFE

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