Opositor cazaque Muratbek Ketebayev é detido em Madri

Madri, 29 dez (EFE).- A polícia espanhola deteve em Madri Muratbek Ketebayev, um estreito colaborador do líder opositor cazaque Mukhtar Ablyazov, em cumprimento de uma reivindicação judicial emitida pela Interpol.

Segundo confirmaram nesta segunda-feira à Agência Efe fontes policiais, Muratbek Ketebayev, de 57 anos e com nacionalidade polonesa, foi detido no sábado no centro de Madri.

Após a detenção, um juiz da Audiência Nacional decretou prisão incondicional para o opositor cazaque enquanto é resolvida sua extradição ao Cazaquistão, informaram fontes jurídicas.

Ketebayev é um colaborador próximo de Mukhtar Ablyazov, líder opositor cazaque, contrário ao regime de Nursultan Nazarbayev.

Ablyazov, formado em Moscou, fez fortuna após a queda da União Soviética e, durante anos, foi próximo do presidente cazaque, de quem chegou a ser ministro da Energia, Indústria e Comércio no final dos anos 90 até que caiu em desgraça e formou um partido de oposição.

A justiça francesa decretou em outubro a extradição à Rússia e Ucrânia do magnata opositor, que é requerido pelos dois países por fraude.

No entanto, Ablyazov alega que quem na realidade está por trás desse pedido de extradição é o governo do Cazaquistão, por razões políticas.

A Audiência Nacional espanhola tem também precisa resolver o pedido de extradição de outro cazaque, Alexander Pavlov, guarda-costas de Ablyazov e reclamado em seu país por fraude bancária e participação em um atentado com explosivos frustrado em Almaty em 2012.

Detido em dezembro de 2012, Pavlov foi posto em liberdade mediante pagamento de fiança depois que foi anulada a resolução do Ministério do Interior pela qual era negado o asilo.

A Sala penal da Audiência aprovou em novembro a extradição de Pavlov que depois foi acordada pelo Conselho de Ministros em fevereiro deste ano, mas nesse mesmo mês a entrega até a revalidação do asilo político.

A Audiência paralisou sua entrega em fevereiro ao constatar a possível perseguição política alegada por Pavlov e risco de que seja submetido a maus tratos.

De fato, a ONU pediu à Espanha que detivesse, por risco de torturas, sua entrega ao Cazaquistão. EFE