Para diretor da Aneel, desligamento de energia evitou “desastre maior”
O diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Reive Barros, disse hoje que o desligamento da carga determinado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), ontem (19), evitou que o abastecimento de energia no país entrasse em risco. Segundo ele, a operação de cortar o repasse de energia foi preventiva, para equilibrar a produção e o consumo.
“Uma coisa é você desligar com controle. Outra coisa é você perder o controle e perder todas as usinas. Aí, o desastre é maior. Então, quando eu percebo que a carga está superior à capacidade de produção, eu corto carga para ficar equivalente à minha capacidade de produção. Do contrário, coloco o sistema em risco”, disse Barros.
Na tarde de ontem, restrições na transferência de energia das regiões Norte e Nordeste para o Sudeste, aliadas ao aumento da demanda no horário de pico, provocaram a redução na frequência elétrica, de acordo com o ONS. O diretor explicou que foi programada redução na faixa de 5% do consumo de energia, para que o controle do sistema fosse garantido.
Para o diretor, o país está enfrentando uma situação de coincidência entre o baixo nível dos reservatórios com elevado consumo. Ele ressaltou que o ONS está atento às variações de demanda, para administrar não só automaticamente, mas manualmente, toda a carga e evitar dificuldades de operação.
“Principalmente em função do verão, você tem altas temperaturas e, consequentemente, um índice de utilização do sistema de refrigeração elevado. Os dois fatores fazem com que a operação do sistema seja feita com mais cuidado”, ressaltou.
Para André Pepitone, outro diretor da Aneel, é importante ressaltar que o sistema foi reestabelecido em uma hora, o que, segundo ele, prova a robustez do Sistema Interligado Nacional e que todos os equipamentos que buscam manter o controle do sistema funcionaram.
“Ao baixar a frequência, o ONS tomou as medidas corretas, diminuiu a carga, recuperou a frequência, e imediatamente o sistema voltou a operar”, disse. Para ele, o setor está sujeito a falhas, e exige atenção. “Com certeza este ano é um ano que exige atenção. Tem que torcer para chover, né?
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