Pesquisa revela que americanos querem política externa mais dura contra EI

  • Por Agencia EFE
  • 08/09/2014 17h45

Madri, 8 set (EFE).- A preocupação com os jihadistas do Estado Islâmico (EI) e a Rússia fez com que nos últimos dois meses tenha crescido o desejo dos americanos de que os Estados Unidos aumente sua presença no âmbito internacional e adote uma política externa mais dura.

Esta é a percepção de Richard Wike, diretor de Pesquisa de Atitudes Globais no Centro de Pesquisa Pew, que ressaltou em declarações à Agência Efe que esta tendência contrasta com a dos últimos anos.

Wike lembrou que há algum tempo os americanos desejavam uma “desvinculação dos assuntos globais”, após as guerras do Iraque e do Afeganistão e devido aos problemas por conta da crise econômica.

“Nos últimos meses observamos a vontade dos americanos de fazer um pouco mais internacionalmente”, disse Wike.

O diretor do centro explicou que a porcentagem dos que acreditam que o país já tem uma atuação forte em política internacional desceu, e dos que dizem que ela é fraca, subiu.

Segundo o analista, o EI está entre os primeiros da lista das preocupações dos americanos. Há algumas semanas, no entanto, poucas pessoas tinham ouvido falar sobre o grupo jihadista, segundo Wike. Em pouco tempo o tema “se transformou em um assunto importante”.

Esta questão e a crise da Ucrânia e a ameaça da Rússia inevitavelmente “têm um impacto sobre como os americanos veem a política externa” de seu país, apontou o analista.

Os norte-americanos não culpam o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pela situação, mas cresce entre eles a “desaprovação” sobre como é dirigida a política externa em geral e abordada “a ameaça da Rússia e da crise no Oriente Médio”.

Os defensores de que Obama seja “mais duro” em suas decisões internacionais aumenta cada vez mais, disse Wike.

O Centro de Pesquisa Pew, com sede em Washington, é uma tradicional instituição que elabora relatórios sobre temas atuais no do mundo e nos EUA por meio da coleta de dados, evitando tomar partido ou fazer recomendações, segundo Wike.

O analista americano está em Madri, onde nesta segunda-feira participou de uma conferência no Real Instituto Elcano, fundação dedicada à análise e discussão sobre política internacional e da Espanha. EFE

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