PM lançou uma bomba a cada 7 segundos na Paulista para dispersar ato do MPL

  • Por Agência Estado
  • 13/01/2016 12h39
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Manifestação foi dispersada pela Polícia Militar (PM) mesmo antes de começar a se deslocar em passeata

Rovena Rosa/Agência Brasil Manifestação do MPL foi dispersada pela Polícia Militar (PM) mesmo antes de começar a se deslocar em passeata

A Polícia Militar lançou uma bomba de efeito moral a cada sete segundos para dispersar o ato do Movimento Passe Livre, nesta terça-feira, 12, na Avenida Paulista. A contagem foi feita pelo jornal O Estado de S.Paulo a partir de um vídeo divulgado no Facebook do coletivo Território Livre, grupo que apoia as manifestações contra o reajuste da tarifa. Em seis minutos de imagens, são lançados pelo menos 49 artefatos explosivos.

Os estilhaços das granadas do Choque, junto aos golpes de cassetete da chamada Tropa do Braço, contribuíram para deixar ao menos 24 pessoas feridas, algumas em estado grave. Uma repórter da TV Gazeta e um fotógrafo foram atingidos. O vídeo que mostra a ação dos policiais foi feito com um celular, do alto de um prédio, no encontro da Avenida Paulista com a Rua da Consolação. O local foi palco do impasse entre o comando da PM e as lideranças do MPL. Os policiais exigiam que o ato seguisse para o centro de São Paulo e terminasse na Praça da República.

Todo o efetivo da tropa foi montado para este trajeto. Os homens do Choque e os blindados israelenses foram posicionados de uma forma que impedia a descida do MPL pela Avenida Rebouças até o Largo da Batata, em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo. O trajeto tinha sido definido pelos manifestantes.

Chuva de bombas

Os PMs e os manifestantes ficaram frente a frente quando o ato tentava sair em direção a Avenida Rebouças. Os policiais, então, começaram a atirar os explosivos. Após a dispersão dos manifestantes, o secretário estadual de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, negou haver abusos por parte da corporação.

Nos protestos de 2013 a Polícia Militar utilizou balas de borracha contra os manifestantes. Na época, a tática precisou deixar de ser usada, após o Ministério Público Estadual (MPE) entrar com uma ação na Justiça. Um fotógrafo ficou cego após ser baleado no olho e uma repórter só não perdeu a visão porque estava usando óculos. Apesar disso, ela precisou passar por cirurgia.

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