PM negocia e estudantes saem de escola ocupada em São Paulo

  • Por Estadão Conteúdo
  • 08/10/2016 20h46
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SP - ESCOLA/OCUPAÇÃO/SP - GERAL - Alunos ocuparam o Escola Estadual Caetano de Campos, na região da Consolação, centro de São Paulo, desde às 23h da noite de ontem (7). Na manhã deste sábado, agentes da Polícia Militar chegaram ao local, mas a ação se mantém pacífica. Os estudantes protestam contra A medida provisória de reforma no ensino médio criada pelo governo de Michel Temer. Os secundaristas pedem o auxílio de mantimentos para permanecerem no local. O movimento contra a reforma se estende pelo país. 08/10/2016 - Foto: FELIPE RAU/ESTADÃO CONTEÚDO Estadão Conteúdo PM negocia e estudantes saem de escola ocupada em São Paulo

A Polícia Militar (PM) fez uma operação, na noite deste sábado, para desocupar a Escola Estadual Caetano de Campos, na Praça Roosevelt, centro de São Paulo, ocupada por estudantes contrários à Medida Provisória (MP) que reforma o ensino médio no País e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que cria um teto de crescimento para os gastos públicos, propostas pelo governo Michel Temer. Era a primeira escola ocupada no Estado de São Paulo.

Cerca de 30 PMs da Força Tática do Batalhão do centro da capital estão na ação. Segundo a PM, o colégio foi ocupado por 40 estudantes. A ocupação – a primeira de São Paulo – ocorreu na noite de sexta-feira (7).

De acordo com o coronel Gasparian, da 2ª Companhia do 7º Batalhão da PM, a polícia e a diretora da escola estiveram em conversa com os alunos para negociar a saída do prédio. Os estudantes deixaram a escola depois de uma conversa de cerca de 30 minutos com um coronel da Polícia Militar, a diretora e uma representante do Conselho Tutelar. Saíram com punhos erguidos, enquanto gritavam “não tem arrego”.

Publicidade – Antes da negociação, o coronel havia informado que, mesmo que não houvesse colaboração dos manifestantes, a PM faria a desocupação. A gestão Geraldo Alckmin (PSDB) se valia de um parecer, da Procuradoria-Geral do Estado, que garantia a autotutela das escolas – o que dispensa, nessa versão, mandado de reintegração de posse emitido pelo Poder Judiciário.

Estudantes, que não quiseram se identificar, disseram que a polícia não deixou alternativas a eles. “As opções da negociação eram que saíssemos voluntariamente ou então, à força”, disse um estudante. Assim, optaram por sair. O coronel afirmou que os estudantes tentaram negociar outra data para a desocupação, mas o pedido não foi aceito.

Em jogral, os jovens disseram que a mobilização não termina com a desocupação da escola e que a luta contra a MP do Ensino médio e a PEC 241 continua, prometendo novas ocupações de escolas.

A PM entrou na escola após a desocupação, para garantir que não havia mais nenhuma pessoa dentro e para a vistoria do prédio. “Eu não conhecia a escola antes, mas a princípio a diretora disse que não houve danos”, declarou o coronel. A PM informou ainda que deve permanecer no entorno da Praça Roosevelt durante a noite para evitar novas ocupações.

De acordo com a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), há 62 colégios tomados no Paraná, Minas Gerais, Goiás, Brasília, Rio Grande do Norte e Mato Grosso. Procurado, o ministro da Educação, Mendonça Filho, não quis se pronunciar sobre a ocupação de escolas.

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