Após vazamentos de áudios, Mauro Cid volta a depor nesta sexta

Encontro foi marcado para as 13h, no gabinete de Alexandre de Moraes, em meio à repercussão do vazamento das gravações com críticas à Polícia Federal e ao STF

  • Por da Redação
  • 22/03/2024 12h43
TON MOLINA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO Mauro Cid Nesta terça-feira, 11, a CPMI do 8 de Janeiro ouve o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro

Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, deve comparecer a uma audiência nesta sexta-feira, 22, no gabinete do ministro Alexandre de Moraes. O encontro foi marcado para as 13h em meio à repercussão do vazamento de áudios do tenente-coronel com ataques à Polícia Federal e ao STF, no âmbito do inquérito da operação Tempus Veritatis, que investiga os atos de 8 de Janeiro, em Brasília. Cid deu depoimentos em delação premiada, mas o vazamento das gravações pode ameaçar o acordo. Nas gravações reveladas por Veja e as quais Jovem Pan teve acesso, o militar faz críticas à Polícia Federal e ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. “Eles já estão com a narrativa pronta. Eles não queriam saber a verdade, eles queriam só que eu confirmasse a narrativa dele. É isso que eles queriam, e toda vez eles falavam ‘olha, a sua colaboração tá muito boa’”, diz Cid em um dos trechos. A defesa do militar afirma que áudios revelados “parecem clandestinos”. E alega que não comprometem a delação. “Mauro Cid em nenhum momento coloca em xeque a independência, funcionalidade e honestidade da Polícia Federal, da Procuradoria-Geral da República ou do Supremo Tribunal Federal na condução dos inquéritos em que é investigado e colaborador, aliás, seus defensores não subscrevem o conteúdo de seus áudios”, diz a nota. Os advogados sustentam ainda que os áudios “não passam de um desabafo em que relata o difícil momento e a angústia pessoal, familiar e profissional pelos quais está passando, advindos da investigação e dos efeitos que ela produz perante a sociedade, familiares e colegas de farda, mas que, de forma alguma, comprometem a lisura, seriedade e correção dos termos de sua colaboração premiada firmada perante a autoridade policial, na presença de seus defensores constituídos e devidamente homologada pelo Supremo Tribunal Federal nos estritos termos da legalidade”, acrescenta a defesa. De acordo com matéria publicada em O Globo, no entanto, a PF avalia rescindir a delação e pretende convocar Cid para novo depoimento.

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Mauro Cid foi preso em maio do ano passado, durante a Operação Venire da PF, que investigou fraudes em cartões de vacina contra a covid-19 da família de Cid e a de Bolsonaro. Em setembro, ele foi solto após acertar uma delação premiada, em que apontou o ex-presidente como o mandante das fraudes no sistema do Ministério da Saúde e revelou a existência de reuniões entre o ex-chefe do Executivo e comandantes das Forças Armadas para discutir uma forma de impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em um trecho dos áudios, ele reclama que botou o seu futuro a perder por causa da relação com Bolsonaro e, a seu ver, de maneira diferente dos outros militares que compunham a equipe. “Ninguém perdeu carreira, ninguém perdeu vida financeira como eu perdi. Todo mundo já era quatro estrelas, já tinha atingido o topo, né? O presidente teve Pix de milhões, ficou milionário, né?”, disse.

Publicado por Heveton Nascimento

*Com informações de Estadão Conteúdo

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