Depoimento de Mauro Cid à CPMI do 8 de Janeiro é novamente adiado
Oitiva do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro estava marcada para a terça-feira, 4, mas só deve ocorrer na terça-feira, 11
O depoimento do tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro (PL), à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, foi transferido para a terça-feira, 11, a partir das 9h, no Senado. A oitiva do militar, que está preso desde 3 de maio, acusado de fraudar cartões de vacinação,. estava inicialmente prevista para a terça-feira, 4. O depoimento de Cid ocorre após a oitiva do coronel Jean Lawand Junior, com quem Mauro Cid trocou mensagens de telefone celular abordando um possível golpe de Estado. Lawand já depôs em junho. O comparecimento de Mauro Cid será obrigatório, porque a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu que Mauro Cid é obrigado a prestar depoimento à comissão parlamentar mista de inquérito. Ele poderá ser acompanhado por advogado e poderá não responder determinadas questões que levem à incriminação.
O motivo do adiamento é o alegado esforço conjunto para debates, ajustes e votação da reforma tributária, que pressiona a Câmara dos Deputados. Por isso, para esta semana, não estão previstas sessões das CPIs em funcionamento na Câmara, nem sessões das comissões temáticas ou audiências públicas para os próximos dias.
Histórico
Na CPMI do 8 de Janeiro, Mauro Cid ele deve ser questionado principalmente sobre os diálogos presentes em relatório da Polícia Federal, e encontrados em seu celular, que mostram uma conversa com coronel Jean Lawand Junior, do Estado-Maior do Exército, que incentivava a realização de um golpe de Estado. Como o site da Jovem Pan mostrou, Lawand Junior pedia que Cid convencesse o então presidente Jair Bolsonaro a “fazer alguma coisa”. Em 2º de dezembro de 2022, o coronel encaminhou mensagem ao Cid sobre suposto golpe: se o “EB [Exército Brasileiro] receber a ordem, cumpre prontamente. De modo próprio o EB nada vai fazer porque será visto como golpe. Então está nas mãos do PR [presidente]”. A última troca de mensagens aconteceu em 21 de dezembro de 2022, quando Jean Lawand Junior escreveu: “Soube agora que não vai sair nada. Decepção irmão. Entregamos o país aos bandidos”. E Cid respondeu: “Infelizmente”.
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