Jovem Pan
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Lira fará ‘caça às bruxas’ após derrota na votação de PEC que muda conselho do MP, diz aliado

Arthur Lira afirmou que "reitera seu compromisso" de avançar com as reformas em pauta na Câmara

Minutos depois de a Câmara dos Deputados rejeitar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que altera a composição do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), disse a jornalistas que “o jogo só termina quando acaba”, sinalizando que busca uma alternativa para aprovar o texto. Mas não só. Aliados do parlamentar alagoano garantem que ele não digeriu a derrota e prepara um contra-ataque. “Se eu conheço bem o estilo do Arthur, ele vai fazer um caça às bruxas e vai partir para cim de quem prometeu votar a favor e não votou”, disse à Jovem Pan uma pessoa próxima ao chefe da Câmara.

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Líderes partidários afirmam que a votação desta quarta-feira, 20, representou a mais dura derrota do presidente da Câmara dos Deputados. Um influente deputado do Centrão ouvido pela reportagem diz que Lira só decidiu votar a PEC porque tinha conviccção de que tinha os 308 votos necessários – a votação foi adiada três vezes. Foram 297 votos a favor e 182 contra. “Foi uma derrota porque essa é uma pauta só dele e do PT. Ninguém mais estabelece essa pauta como prioritária. Os deputados não pediram para votar isso. Ele [Lira] botou na cabeça que ia votar, foi pra cima porque tomou a PEC como dele e tinha certeza de que a matéria seria aprovada”, avaliou o parlamentar, em caráter reservado.

À Jovem Pan, um deputado do PP, mesmo partido de Lira, resumiu o que os “parlamentares traidores” podem esperar do presidente da Câmara nos próximos dias. “O Arthur é matreiro e tem outra carta na manga. Ele vai para cima dos líderes, vai apertar os deputados que tem emendas”, disse este correligionário. “Agora ele tem o mapa da traição e isso não vai passar batido”, acrescentou. Como os deputados rejeitaram o substitutivo de autoria do deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), a Casa só pode votar o texto principal. Há, porém, um problema: a versão original da proposta enfrenta ainda mais resistência de parlamentares e de membros do Ministério Público. Após a rejeição da PEC, o vice da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), ponderou que era hora de “esperar baixar a poeira”. Procurado pela reportagem, ele admitiu que não há clima para a aprovação da matéria. “A medida mais prudente é não mexer mais nisso. Se o presidente [Arthur Lira] perguntar minha opinião, é isso o que direi a ele”, afirmou.

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