Queiroga, Pazuello e Ernesto Araújo serão investigados pela CPI da Covid-19

Fábio Wajngarten, Carlos Wizard, Marcellus Campêlo e Mayra Pinheiro também estão na lista, divulgada nesta sexta-feira pelo senador Renan Calheiros

  • Por Jovem Pan
  • 18/06/2021 10h58 - Atualizado em 18/06/2021 16h35
Edilson Rodrigues/Agência Senado - 08/06/2021 O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, chegando ao Senado Federal para depoimento na CPI da Covid-19 Inclusão de Queiroga na relação enfrentava resistência de senadores do grupo majoritário

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, será investigado pela CPI da Covid-19. A decisão foi anunciada nesta sexta-feira, 18, pelo relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL). O emedebista divulgou uma lista com 14 nomes que passarão de testemunhas a investigados pelo colegiado. “[A transformação das testemunhas em investigados] Acentua o momento importante da CPI. Significa dizer que, com relação a essas pessoas, contra os quais já acessamos provas e indícios, precisamos mudar o patamar da investigação. Isso é bom para a investigação e para a segurança jurídica do próprio investigado, porque, a partir dessa condição, ele passa a ter direito às informações e acessos às provas e indícios que estão sendo juntados na investigação”, disse Calheiros.

Renan Calheiros também afirmou que Queiroga teve “uma participação pífia” em seu primeiro depoimento na CPI da Covid-19. “[O ministro da Saúde] Teve uma participação pífia, ridícula aqui no seu primeiro depoimento, quando tentou dizer que teria autonomia que faltou a Teich e a Mandetta. Os fatos logo demonstraram o contrário. Ele defendeu vacinação, o presidente no dia seguinte disse que iria encomendar um decreto para minimização da utilização das máscaras”, avaliou. O relator também citou uma conversa com o presidente da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom. Mais que isso: o lote de vacina [da Pfizer] cuja negociação foi comandada por ele é 20% mais cara que o contrato anterior e ainda em abril acessamos documentos que ele, em conversa com o diretor-presidente da OMS cobra agilidade no fornecimento das vacinas e recebe um puxão de orelha, porque ele disse: ‘Olha, como vocês cobram agilidade se quando a OMS disponibilizou para 50% da população, postergaram e depois assinaram o mínimo de 10%?'”.

Também serão investigados os ex-ministros Eduardo Pazuello (Saúde), Ernesto Araújo (Relações Exteriores), o ex-chefe da Secom Fábio Wajngarten, a secretária Mayra Pinheiro, do Ministério da Saúde, o ex-secretário-executivo da pasta Elcio Franco Filho, os médicos Nise Yamaguchi, Paolo Zanotto e Luciano Dias de Azevedo, o empresário Carlos Wizard Martins, o ex-assessor especial da Presidência da República Arthur Weintraub, a coordenadora do Plano Nacional de Imunização (PNI) Francieli Fantinato, o ex-secretário de Saúde do Amazonas Marcellus Campêlo, o secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde Hélio Angotti Neto.

Como a Jovem Pan mostrou, a inclusão de Queiroga na relação enfrentava resistência de alguns membros do G7, grupo formado pelos senadores independentes e de oposição. O senador Humberto Costa (PT-PE) ressaltou que o ministro da Saúde pode ser chamado a depor pela terceira vez e, como investigado, teria o direito de ficar em silêncio para não produzir provas contra si mesmo. “Há razões para incluí-lo na lista, mas penso que poderíamos esperar mais um pouquinho. Com o avançar dos trabalhos, as razões [para incluí-lo na lista] vão se ampliar. Podemos precisar chamá-lo novamente. Ficar em silêncio, definitivamente, não vai ajudar”, disse à reportagem nesta quinta-feira, 17.

 

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