Pagamentos do dia a dia eram feitos em dinheiro vivo, diz defesa de Bolsonaro

Fabio Wajngarten, ex-secretário do governo e advogado do ex-presidente, falou as possíveis irregularidades nos pagamentos realizados durante a gestão do ex-mandatário que teriam beneficiado Michelle Bolsonaro

  • Por Jovem Pan
  • 15/05/2023 19h02 - Atualizado em 15/05/2023 22h07
TON MOLINA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO FABIO WAJNGARTEN Advogados Fabio Wajngarten e Paulo Cunha Bueno; Nesta quarta (3) o advogado Fabio Wajngarten fala sobre a operação da Polícia Federal referente a adulteração no cartão de vacina do ex-presidente Jair Bolsonaro

O assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro e advogado, Fabio Wajngarten, realizou uma entrevista coletiva nesta segunda-feira, 15, e falou sobre as investigações que apuram supostos pagamentos realizados que beneficiaram a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, durante o governo passado. De acordo com a defesa do ex-mandatário, os pagamentos realizados com dinheiro vivo eram “do dia a dia”. Segundo o ex-secretário de Comunicação, haverá a contratação de um perito para “evidenciar que não há nenhum desajuste entre entradas e saídas de recursos” da conta de Jair. “Não há cruzamento de saques, 100% do custo de vida da família do presidente saiu exclusivamente da conta pessoal do presidente”, pontuou Wajngarten que ressaltou não haver irregularidades no pagamento das despesas de Bolsonaro. “Quando existente o CNPJ do fornecedor, o presidente pagava os boletos e todos os extratos serão apresentados pela defesa”, pontuou. Mais cedo, Fabio foi redes sociais e afirmou que há uma campanha de constrangimento ao ex-mandatário em execução. “Na falta de devolução de bilhões de recursos da Petrobras e outras estatais como ocorrido nos Governos do PT, querem constranger o Pr @jairbolsonaro e sua família por conta de despesas cotidianas que em absoluto vieram de recursos próprios. A VERDADE prevalecerá!”, publicou.

A manifestação de Wajngarten ocorre após o subprocurador-geral Lucas Furtado, do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (MPTCU), apresentar uma representação para que haja uma apuração sobre os indícios de irregularidades nos pagamentos realizados durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro e que beneficiaram a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro. No despacho obtido pela equipe de reportagem da Jovem Pan, o servidor pede que haja uma força-tarefa com a participação da Controladoria-Geral da União (CGU), junto à Polícia Federal (PF), caso as investigações apontem para a utilização de dinheiro público para pagamento de contas pessoais, além da responsabilização dos envolvidos e da devolução dos recursos públicos. O intuito da operação seria “apurar o modus operandi e o rastreio dos recursos despendidos com pagamento em dinheiro em espécie durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL), especialmente relacionados a despesas da ex-primeira-dama”.

Furtado ainda diz ser “evidentes que o pagamento de despesas com ‘dinheiro vivo’ busca driblar o controle” dos órgãos fiscalizadores. “A utilização de dinheiro vivo, per si, não é ilegal, mas certamente causa suspeita, ainda mais em se tratando de possíveis recursos públicos”, pontuou o subprocurador-geral. Na última semana, o portal ‘Uol‘ publicou que a Polícia Federal havia encontrado imagens de comprovantes de depósito de dinheiro vivo em troca de mensagens no celular do ex-ajudante de ordens do ex-presidente Bolsonaro, Mauro Cid. No total, os repasses atingem o valor de R$ 8,6 mil e seguem métodos similares aos utilizados em casos de peculato, com depósitos fracionados e com valores pequenos, de modo a não acionar os órgão de fiscalização e controle ou identificação das irregularidades. Como foram realizados em dinheiro vivo, não há identificação da origem dos valores em questão.

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