Negociações para filiação de Bolsonaro ao PP avançam e partes apostam em final feliz
Há duas semanas, Ciro Nogueira sondou dirigentes estaduais sobre o assunto; chefe do Executivo federal enfrenta resistência de líderes partidários do Nordeste
As negociações para a filiação do presidente Jair Bolsonaro ao Progressistas (PP) avançaram nas últimas semanas. É o que garante o comandante nacional da sigla, deputado federal André Fufuca (PP-MA). À reportagem, o parlamentar afirmou que a maioria da legenda é favorável à chegada do mandatário do país, que está sem partido desde a sua saída do PSL, em novembro de 2019. “As conversas avançaram bastante nos últimos tempos. Hoje, 90% do PP apoia a filiação”, disse Fufuca à Jovem Pan. Apesar do otimismo, Bolsonaro não estipulou uma data para dar uma resposta à cúpula partidária – ele tem até março de 2022 para escolher um partido, caso queira disputar a reeleição.
Há dois meses, Fufuca, que assumiu o comando do PP após a ida do senador Ciro Nogueira (PP-PI) para a Casa Civil, disse que a negociação para a filiação de Bolsonaro era um “projeto embrionário”. De lá para cá, as tratativas evoluíram. No último dia 24, Nogueira tratou dessa possibilidade com dirigentes estaduais do Progressistas. Participaram da reunião os deputados federais Ricardo Barros (PP-PR), que comanda o partido no Paraná; Dr. Luizinho (PP-RJ), presidente do diretório estadual do Rio de Janeiro; Neri Geller (PP-MT), que controla a legenda no Mato Grosso; Celina Leão (PP-DF), à frente do PP na capital federal; e o secretário de Transportes Metropolitanos do governo de São Paulo, Alexandre Baldy, responsável pelo diretório de Goiás. Segundo relatos, apenas a parlamentar do DF apresentou ponderações contrárias.
Bolsonaro sofre resistência de lideranças do PP no Nordeste. Estes membros do partido temem que a filiação do presidente da República dificulte a costura de apoios regionais. Na Bahia, por exemplo, o vice-governador do Estado, João Leão, é filiado ao Progressistas e compõe a chapa do petista Rui Costa. Além disso, integrantes da sigla se apoiam nas atuais pesquisas de intenção de voto para, ao menos por ora, rechaçar a possibilidade de apoiar o mandatário do país. De acordo com os levantamentos divulgados há duas semanas pelo Datafolha e pelo Ipec, empresa que substituiu o Ibope, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva venceria Bolsonaro em um eventual segundo turno. Há, por fim, quem defenda que a legenda priorize o crescimento das bancadas na Câmara dos Deputados e no Senado Federal – atualmente, a sigla tem 41 deputados e sete senadores.
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