Quem é Fernando Haddad, novo ministro da Fazenda

Ex-prefeito de São Paulo foi anunciado ao cargo nesta sexta-feira, 9; expectativa é que definição sobre membros da equipe econômica aconteça nos próximos dias

  • Por Jovem Pan
  • 09/12/2022 11h18 - Atualizado em 09/12/2022 11h23
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YURI MURAKAMI/THENEWS2/ESTADÃO CONTEÚDO Fernando Haddad De 2001 a 2003, Fernando Haddad esteve à frente da Secretaria de Finanças e Desenvolvimento Econômico de São Paulo

O ex-ministro da Educação Fernando Haddad (PT) foi anunciado nesta sexta-feira, 9, como ministro da Fazenda do governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que assume a Presidência em janeiro de 2023. A confirmação da escolha do ex-prefeito de São Paulo acontece semanas após o petista – que disputou e perdeu a eleição ao governo paulista – protagonizar uma série de reuniões com empresários, banqueiros, membros do mercado financeiro e até mesmo com o Banco Mundial, o que já antecipava a escolha para a Fazenda. Nesta quinta-feira, 7, Fernando Haddad esteve em encontro com o atual ministro da Economia, Paulo Guedes. Segundo ele, a conversa foi foi “excelente”, “cordial” e “educada”, e a transição entre governos será “natural”. “A gente quer que seja a mais suave possível e com os desdobramentos que todos esperamos, que o Brasil cresça mais, gere mais oportunidades”, afirmou. Segundo Lula, outros membros da equipe da Fazenda devem ser definidos pelo novo ministro nos próximos dias. Como a Jovem Pan mostrou, além de Haddad, outros quatro ministros foram anunciados nesta sexta: José Múcio, no Ministério da Defesa; Rui Costa, na Casa Civil; Flávio Dino, na Justiça e Segurança Pública; e Mauro Vieira, no Itamaraty.

Quem é Fernando Haddad?

Candidato ao Governo de São Paulo pelo Partido dos Trabalhadores (PT) nas eleições deste ano, Fernando Haddad conquistou 44% dos votos válidos no segundo turno, ficando cerca de 11 pontos percentuais atrás de Tarcísio de Freitas (Republicanos), eleito governador paulista em outubro. Apesar do resultado, Haddad ele pode ser considerado um veterano da política. Em 2012, ele concorreu às eleições municipais em São Paulo, sendo eleito prefeito da capital paulista com 55,57% dos votos, após virada histórica contra José Serra (PSDB). Quatro anos depois, em 2016, o então prefeito tentou a reeleição em São Paulo, sendo derrotado por João Doria (PSDB), que venceu a primeira eleição do município em primeiro turno desde 1992. Já em 2018, Fernando teve a segunda derrota consecutiva. Desta vez, concorreu à Presidência da República, também representando o PT, perdendo para o atual presidente Jair Bolsonaro (PL), que venceu com vantagem de mais de 10 milhões de votos. Apesar do placar negativo na história de Haddad nas urnas, as contribuições do petista para governos municipais, estaduais e federais nos últimos 21 anos mostram um caminho de sucesso e realizações, ainda que nos bastidores da política.

De 2001 a 2003, Fernando Haddad esteve à frente da Secretaria de Finanças e Desenvolvimento Econômico do município de São Paulo, na gestão de Marta Suplicy, onde foi um dos responsáveis por trazer equilíbrio fiscal ao município. A partir de 2003, assumiu a assessoria especial do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e, em 2005, assumiu a secretaria da Cultura em São Paulo, a convite do tucano José Serra. No mesmo ano, Fernando Haddad se tornou ministro da Educação, cargo que ocupou por 7 anos, tendo como principais feitos a elaboração do Prouni; instituição do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB); início do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb); fundação de 14 novas universidades federais; instituição do ensino fundamental de nove anos; e a criação do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Fora da política, Fernando Haddad, que tem 59 anos, também coleciona realizações. O futuro ministro da Fazenda é bacharel em direito, mestre em economia e doutor em filosofia, tendo recebido os três títulos pela Universidade de São Paulo (USP), onde também é professor de ciências política. Antes de entrar para a política, o advogado e ex-prefeito de São Paulo trabalhou ainda como analista de investimentos no Unibanco, como comerciante de tecidos e no ramo da construção civil.

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