Suspensão da vacinação de adolescentes coloca Queiroga na mira da CPI de novo

Senador Alessandro Vieira apresentou requerimento de convocação nesta quinta-feira, 16; decisão sobre novo depoimento deve ser tomada em reunião do G7 da comissão

  • Por André Siqueira
  • 17/09/2021 15h18 - Atualizado em 17/09/2021 17h01
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Edilson Rodrigues/Agência Senado O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, durante pronunciamento na CPI da Covid-19 Queiroga já depôs duas vezes à CPI da Covid-19

A decisão do Ministério da Saúde de suspender a vacinação de adolescentes de 12 a 17 colocou o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, na mira da CPI da Covid-19 mais uma vez. Horas depois do anúncio da medida, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) apresentou requerimento de convocação do titular da pasta, que já foi ouvido outras duas vezes pela comissão. A ideia também é defendida pelo vice-presidente do colegiado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Segundo apurou a reportagem, a definição sobre marcar ou não o novo depoimento do médico deve ocorrer em uma reunião do grupo majoritário da CPI, o G7, na segunda-feira, 20.

Como a Jovem Pan mostrou, nesta quinta-feira, 16, a CPI da Covid-19 já havia requisitado que o Ministério da Saúde explicasse, em um prazo de 48 horas, quais fundamentos científicos embasaram a decisão. O requerimento foi apresentado por Randolfe Rodrigues e aprovado pelo colegiado. De acordo com a nota informativa da Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, órgão da pasta, uma das razões que pautou a decisão é o fato de a Organização Mundial da Saúde (OMS) não recomendar a imunização de crianças e adolescentes. Ocorre que a OMS diz apenas que a vacinação desta faixa etária não é prioritária. “Em uma rápida pesquisa no site da OMS, o que ela diz é que esta vacinação não é prioritária, por óbvio, porque a prioridade é dos mais velhos, dos adultos. Me parece que há uma diferença gigantesca entre não ser prioritária e essa nota do Ministério da Saúde dizendo que não recomenda”, disse o vice-presidente da comissão.

A decisão de Queiroga foi criticada e gerou repercussão imeadiata. Em nota, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirmou que não há evidências que sustentem mudanças nas recomendações previstas para uso da vacina da Pfizer em adolescentes. Segundo a agência reguladora, os dados disponíveis sobre a morte de uma adolescente de 16 anos, do Estado de São Paulo, após o uso do imunizante não são suficientes para estabelecer que a vacina tenha causado o óbito – na coletiva que concedeu nesta quinta, o próprio ministro da Saúde admitiu que não há, por enquanto, nexo de causalidade. “No momento, não há uma relação causal definida entre este caso e a administração da vacina. Os dados recebidos ainda são preliminares e necessitam de aprofundamento para confirmar ou descartar a relação causal com a vacina”, diz o posicionamento da Anvisa. À Jovem Pan, dois secretários de Saúde, que classificaram a medida como “lamentável” e “irresponsável”, afirmaram que os conselhos não foram consultados.

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