Prefeito do Rio diz que também é responsável por queda de ciclovia

  • Por Agência Brasil
  • 22/04/2016 23h35
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Rio de Janeiro - Desabamento de parte da recém-inaugurada ciclovia Tim Maia, na Avenida Niemeyer, durante uma ressaca no mar de São Conrado, deixa mortos e feridos (Fernando Frazão/Agência Brasil) Fernando Frazão/Agência Brasil Ciclovia desaba no RJ - AGBR

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, disse nesta sexta-feira (22) que também se sente responsável pelo desabamento da ciclovia da Avenida Niemeyer, ocorrido ontem (21) e que deixou pelo menos dois mortos. O prefeito falou à imprensa depois de chegar de uma viagem à Europa e se reunir com sua equipe e com engenheiros.

“Sou totalmente responsável. Em última instância, é a prefeitura que executou a obra. Não vamos brincar com esse tipo de coisa. O prefeito assume suas responsabilidades porque, em última instância, é quem designa os dirigentes do município”, disse Paes.

Segundo Paes, o presidente da empresa municipal responsável pela fiscalização da obra, Geo-Rio, Márcio Machado, pediu afastamento da presidência do órgão. Além de assumir suas responsabilidades, o prefeito disse que quer encontrar os culpados pelo acidente.  De acordo com o prefeito, a responsabilidade não deve recair sobre órgãos e sim sobre indivíduos que cometeram erros.

“Acidentes não acontecem por acaso. A prefeitura não vai aceitar a desculpa de que ondas acima do normal bateram sobre a ciclovia. A gente sabe que as coisas devem ser feitas com muito estudo e muito detalhe.  Portanto, não é, na minha opinião, um acidente fortuito, aceitável. Nós vamos encontrar os responsáveis e esse responsável não é, certamente, a natureza. A gente vai fazer todos os esforços para que os responsáveis por isso, dentro ou fora da prefeitura, respondam por seus atos”, disse Paes.

Houve tempo

Paes disse que não há como saber ainda se a falha foi no projeto ou na execução da obra, feita pela empresa contratada Concremat, mas, de acordo com o prefeito, esse tipo de falha não deveria acontecer, já que houve tempo suficiente para checar e rechecar o projeto.

“Essa é uma obra cuja decisão de fazê-la foi tomada há algum tempo. Ela começou em meados de 2014. Tinha uma previsão de um ano e atrasou seis meses. Não dá para se usar a desculpa de que foi feita com muita rapidez. O projeto teve tempo de ser analisado e reanalisado. Portanto, não é fruto de nenhuma pressa ou falta de planejamento”, disse Paes.

Segundo o prefeito, o acidente pode gerar desconfiança em relação à qualidade das obras dos Jogos Olímpicos. Por isso, a prefeitura pretende fazer a reavaliação de todas as obras executadas recentemente no município.

O prefeito também disse que não há nenhum conflito ético no fato da Concremat ser de propriedade de parentes de seu secretário de Turismo, Antônio Pedro Figueira de Mello.  Segundo Paes, Mello nunca teve nenhuma ligação com a contratação da Concremat para qualquer obra.  O prefeito disse que a empresa presta serviços à prefeitura há muitos anos.

Eduardo Paes disse que a ideia é reconstruir a ciclovia depois de feitas as avaliações e modificações necessárias. Além disso, será preciso estabelecer normas de uso da ciclovia, como fechar a via em caso de ressacas.

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