Presidente de TV turca tem prisão preventiva decretada por terrorismo

  • Por Agencia EFE
  • 19/12/2014 13h28

Ancara, 19 dez (EFE).- Um tribunal da Turquia determinou nesta sexta-feira a prisão preventiva por “terrorismo” para o presidente de uma emissora de televisão e outras três pessoas detidas em uma operação na qual se prendeu destacados jornalistas críticos ao presidente Recep Tayyip Erdogan, informou o jornal “Hürriyet”.

Um total de 31 pessoas, entre elas jornalistas, diretores de meios de comunicação, produtores, roteiristas e comandantes policiais, foram detidas na operação do domingo passado sob a acusação de participação em grupos terroristas, fraude ou calúnia.

Dos 12 últimos postos à disposição judicial após serem interrogados, o tribunal definiu que oito deles responderão às acusações em liberdade, entre eles Ekrem Dumanli, diretor do jornal “Zaman”, um dos maiores do país.

Dos 31 detidos, 27 responderão em liberdade ou foram submetidos a medidas cautelares, enquanto quatro permanecerão em prisão preventiva.

As quatro pessoas que permanecem na prisão são três comandantes policiais e o presidente da emissora de televisão “Samanyolu”, Hidayet Karaca.

O jornal “Zaman” e o canal “Samanyolu” são meios de comunicação próximos ao pregador islamita Fethullah Gülen, um antigo aliado de Erdogan agora transformado em um ferrenho crítico.

A União Europeia qualificou a detenção de jornalistas como incompatível “com a liberdade de informação, princípio essencial da democracia”, ao que Erdogan respondeu criticando a ingerência do bloco comunitário em assuntos internos da Turquia.

Erdogan acusou os influentes seguidores de Gülen na polícia e no Judiciário de tentar criar um “Estado paralelo” para derrubá-lo, e de fabricar as denúncias de corrupção que afetaram vários de seus colaboradores mais próximos há um ano.

Após o início dessa investigação anticorrupção – já arquivada -, o governo turco demitiu milhares de policiais e procuradores, entre eles os que lideravam os trabalhos, algo que a oposição qualificou como uma “expurgo” para impedir que se conhecesse a verdade. EFE

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