Presidente do Conselho Europeu diz que “não se pode excluir o pior cenário”
Bruxelas, 7 jul (EFE).- O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, justificou nesta terça-feira a realização de uma nova cúpula da União Europeia (UE) no próximo domingo para discutir a situação da Grécia e ressaltou que, até lá, “não se pode excluir o pior cenário”.
“Estamos no momento mais crítico de nossa história”, disse Tusk, que acrescentou que uma eventual saída da Grécia do euro e o estudo do impacto dessa decisão “afetará toda a União Europeia”.
Os líderes da zona do euro deram hoje um ultimato ao primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, para que apresente amanhã um novo pedido de um terceiro resgate e que estabeleça, “no mais tardar” na quinta-feira, “sua proposta para uma agenda de reformas completa e específica que será avaliada pelas instituições e o Eurogrupo”.
Tusk, que definiu a situação na Grécia como “muito grave”, disse que vai “analisar com urgência” um compromisso que respeite as regras comuns.
Para isso, os líderes da zona do euro decidiram que no próximo sábado haverá outra reunião extraordinária do Eurogrupo, e que, no dia seguinte, domingo, uma nova cúpula extraordinária da União Europeia.
“Veremos se é possível acertar um encontro o mais rápido possível”, disse Tusk, que assinalou que “hoje se buscou o consenso” e que o objetivo é que haja um resultado que “seja um sucesso para todos, sem que haja ganhadores ou perdedores”.
“Se isso for um fracasso, seria o final das negociações com todas as consequências, incluída a pior hipótese, na qual teremos que ver nossa capacidade para chegar ou não a um acordo. Seria dramático, sobretudo para a solvência da economia grega, e muito dolorosa para o povo grego”, afirmou.
Tusk ressaltou que “isso afetaria também toda a Europa no terreno geopolítico. A realidade é que nos cinco dias que temos pela frente é preciso chegar a um acordo definitivo”.
“Até hoje se evitou falar de prazos, mas a data limite vence neste fim de semana. Todos nós temos uma responsabilidade nesta crise e também para solucioná-la”, afirmou.
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, assinalou, por sua vez, que tem “pouco a acrescentar” ao que foi dito por Tusk, e que o que “quer é que o governo grego, daqui até a manhã de sexta-feira, apresente uma proposta definitiva, sólida e conclusiva”.
Juncker acrescentou que as propostas às quais o governo do primeiro-ministro Alexis Tsipras se comprometeu, antes e depois do referendo de 5 de julho, “não chegaram” e “hoje não se chegou a um acordo”.
Juncker lembrou que na última sexta-feira disse que uma negativa a uma pergunta que “já não era atual”, em referência ao referendo grego, foi feita sobre propostas vencidas e significava que a posição negociadora da Grécia ficaria debilitada.
“Hoje ficou muito debilitada. Espero que daqui até sexta-feira de manhã, nossos amigos gregos apresentem propostas conclusivas”, acrescentou Juncker, que disse que após “a sexta-feira”, não excluí “nenhuma hipótese”. EFE
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